É muito comum nos preocuparmos com os conhecimentos requeridos para o uso das TDIC na escola, mas a apropriação de novas práticas no ensino envolve também uma série de desafios pessoais, profissionais e institucionais que impactam a vida do(a) professor(a) que passa por essa experiência. Neste último tópico de estudos do núcleo, convidamos você a refletir sobre esses desafios!
Mudar, inovar, significa também adentrar em território desconhecido, lidar com situações novas, que nos tiram da nossa zona de conforto. Em situações de ensino, "pressupõe lidar com a reorganização de práticas educativas já consolidadas e, portanto, sentimentos de ambiguidade, incertezas e riscos." (BANNAN-RITLAND apud ESPÍNDOLA et al., 2010, p. 90).
Integrar novas práticas não é um evento pontual, mas um processo dinâmico e de reflexão contínua. Quando o professor incorpora as TDIC ao ensino, a cada experiência de uso (ou de tentativa de uso), novos conhecimentos são adquiridos e novas formas de uso são pensadas numa "reflexão contínua, em que tanto as tecnologias quanto as práticas pedagógicas podem ser analisadas e transformadas, de acordo com os contextos e indivíduos envolvidos." (HALL & HORD, 2006; MOERSCH, 1995; SHERRY, 2002 apud ESPÍNDOLA et al., 2010, p. 90).
Cursista, você sabia que existem vários estudos voltados ao entendimento da trajetória vivenciada por professores na integração de TDIC? Estes trabalhos discutem sobre algumas das principais preocupações dos(as) professores(as) nesse percurso, relacionadas ao tempo e à sobrecarga de trabalho, e aos desafios de ordem técnica e pedagógica (HALL & HORD, 2006; WEST et al., 2007 apud ESPÍNDOLA et al., 2010). Os desafios de ordem técnica estão relacionados ao tempo e esforço para aprender a utilizar uma nova TDIC, ao aprendizado da produção de materiais baseados na internet, ao enfrentamento de situações de mal funcionamento de computadores ou instabilidade de acesso à internet, entre outras situações que cada um de nós possa ter vivenciado.
Os desafios pedagógicos estão relacionados à integração da nova TDIC às suas atividades de ensino. Nesse processo, o(a) professor(a) pode identificar as potencialidades que cada ferramenta pode agregar à aprendizagem do(a) aluno(a) e à superação das dificuldades de ensino que o professor sente na sua prática; pensar na melhor disposição de atividades on-line e presenciais na sala de informática e na sala de aula; adaptar o material já existente; desenvolver novas habilidades para a mediação da aprendizagem dos(as) alunos(as) com esses novos recursos etc.
Quando o(a) professor(a) já tem alguma experiência prévia com o uso de TDIC, a chance de ter sucesso na sua iniciativa de uso das tecnologias no ensino pode ser maior, já que todos(as) nós precisamos nos sentir confortáveis e enxergar, na nova possibilidade, utilizações que nos sejam familiares.
