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Tópico IV - Multiletramentos na Esfera Jornalística

A Notícia e a Opinião em Tempo Real: A “Revolta do Vinagre”

 

Neste momento, vamos refletir sobre o que mudou com as novas TDIC no domínio jornalístico, seja no campo do jornalismo de informação (notícias, notas, reportagens etc.), seja no de opinião (artigos de opinião, editoriais, colunas etc.) – se é que tal distinção ainda se mantém.

Para fazê-lo, como é característico do jornalismo, teremos de abordar um fato recente (para o contexto da produção deste Curso). Escolhemos como fato jornalístico as manifestações populares que ocorreram no Brasil entre junho e julho de 2013. Em especial, uma delas – uma das primeiras de grande porte – ocorrida em São Paulo, em 13 de junho de 2013, conhecida como “A Revolta do Vinagre”.

Vamos analisar as notícias e opiniões da grande mídia (TV e impressos) e contrastá-las com as das redes sociais (Facebook e Twitter, em especial), no dia do ocorrido e em seus dias subsequentes. Nosso objetivo é refletir sobre as diferenças de funcionamento dessas mídias e sobre os aportes e desafios que a mídia digital traz para o jornalismo.

 

 

Em uma sociedade complexa como a nossa, a informação e a opinião circulam de várias maneiras. Por exemplo, em 13 de março de 2013, quando o Papa Francisco foi finalmente escolhido para substituir o Papa Bento XVI, ficamos sabendo do acontecido pela fumaça branca saindo da chaminé da Capela Sistina e pelo badalar dos sinos das igrejas. Pudemos, em seguida, acompanhar tudo sobre a eleição do novo Papa pela TV e pelas notícias publicadas na internet em portais noticiosos e em redes sociais. A foto abaixo, tirada quando foi feito o anúncio do nome do novo Papa, testemunha a importância das redes sociais na circulação da informação.

Se não podemos caracterizar a fumaça branca ou o som dos sinos das igrejas como uma informação circulando em uma mídia – a não ser pelo fato muito banal que os sons e a fumaça se propagam pelo ar –, a informação televisiva e digital circula por meio de mídias diversas. Santaella (2003) caracterizaria o jornal impresso como um suporte ou mídia da cultura do impresso, a TV e o rádio como veículos e mídias da cultura de massa e a informação que circula na Web como característica da cibercultura. Segundo a autora, essas mídias funcionam de maneira diferente de suas antecessoras, em um contexto no qual uma das características principais que une a cultura do impresso e a cultura de massa é a unidirecionalidade de ambas – de um para muitos – que coloca o leitor ou o espectador(a) na posição de “receptor(a)” da informação, sem possibilidade de reversão de papéis. Já a cultura digital, além de convergir para si todas as outras mídias, permite que o leitor – o usuário – seja ao mesmo tempo produtor dos textos que nela circulam, gerando o chamado "produsuário".

Fumaça anunciando a escolha de novo Papa. Fonte: Chaminé... (2013)

 

Praça de São Pedro durante o discurso do novo Papa. Fonte: Sohn  (2013).


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