As atividades escolhidas para promover a aprendizagem em Química devem levar em consideração que, nos dias de hoje, o(a) estudante tem acesso a vários recursos digitais na internet. Cabe a você, como docente de Química, escolher, orientar e facilitar os usos desses recursos digitais, propondo uma interação construtiva no processo de aprendizagem de seus alunos e suas alunas.
Sabemos que essa é uma proposta desafiadora, ao passo que ressignifica as relações existentes entre professor(a), estudante e conhecimento. No entanto, uma vez que se aposta na proposta, os usos que fazemos das novas tecnologias podem nos auxiliar na resolução dos problemas e desafios que encontramos cotidianamente em sala de aula. Estimulando seus e suas estudantes a refletir sobre como as ciências, em especial a Química, nos impõem questões diariamente, podemos também ajudar a perceber os modos como as ciências auxiliam no processo de aprendizagem.
Lindner (2009), com base na teoria piagetiana, coloca que a cognição é resultante da ação do sujeito ao interagir com o objeto – neste caso, a interação dos(as) estudantes com as novas TDIC. Nesse contexto, valoriza-se o processo que ocorre entre o sujeito e o objeto, e não apenas o sujeito – concepção apriorista – ou o objeto – concepção empirista. O autor complementa que é por meio dessa relação entre sujeito e objeto que se origina a cognição, e esta, por sua vez, ocorre por meio de duas dimensões complementares: seja para assimilação/acomodação, seja para reflexionamento/reflexão.
O desenvolvimento cognitivo se define, portanto, na experiência e na interação de cada indivíduo. Os procedimentos de repetição, de tentativas e erros, fazem com que a aprendizagem se realize em um processo contínuo e progressivo, pois o sujeito, desde criança, é concebido como um ser dinâmico, em contato com a realidade e operando ativamente com objetos e pessoas – ou seja, processos interativos. Ele busca interpretar o mundo em que vive por meio de representações simbólicas e pelas implicações significantes, isto é, relações entre significações, das mais primitivas às mais elaboradas, como instrumentos da coordenação entre os esquemas, permitindo percorrer um movimento na busca da compreensão das razões dos fatos e fenômenos que vivencia.
Nesse contexto de ensino-aprendizagem, as TDIC contribuem pontualmente para tal dinâmica. Por exemplo, um(a) estudante poderá filmar determinado fenômeno, compartilhá-lo em sala de aula e estimular discussões com seus(suas) colegas e professor(a).
Lembramos, porém, que nesse contexto são essenciais direcionamentos e mediações realizadas pelo(a) docente. Por exemplo, é tarefa do(a) professor(a) a escolha dos objetos e das tecnologias digitais mais adequadas para que a turma possa construir os conceitos químicos. Do mesmo modo, é sua tarefa acompanhar e questionar o processo de cada estudante na compreensão da ciência e do mundo em que vivemos.
