Cursista, considerar os desafios que a expansão do acesso à Educação Básica traz para a qualidade da formação escolar brasileira requer de nós, educadores(as), a capacidade de nos (re)inventarmos constantemente. Isto é, requer que conheçamos esse universo de enorme diversidade que é a escola de hoje, o que implica dialogarmos com as novas gerações de estudantes, oriundos(as) dos mais diversos segmentos sociais, condições culturais, pertenças étnicas e religiosas, situações de classe e de renda, orientações sexuais, lugares e territorialidades. Implica, também, não temermos as formas pelas quais todas essas origens se expressam, seja no cotidiano de interação face a face, seja por meio de tecnologias de informação, comunicação e de vivências no mundo digital – internet, redes sociais, blogs, etc. – pelas quais os(as) jovens e adultos(as), hoje em dia, interagem. Não raro, essas interações se dão em conflito. Todavia, como pensar a sociedade sem conflitos e tensões latentes ou explícitas? Antecipando alguns dos argumentos aos quais nos lançaremos ao longo deste curso, e à luz das questões sociológicas que tais questões suscitam, consideramos ser impossível pensar em “sociedade”, “grupos”, “comunidades”, “famílias” e quaisquer conjuntos de indivíduos sem que haja conflito e tensões inter-relacionais, bem como relações sociais construídas temporal e historicamente que as contextualizem. Para entender a natureza dessas relações, as Ciências Sociais, e em particular a Sociologia, são ferramentas importantíssimas, pois nos possibilitam a compreensão de nossas experiências nas relações humanas. Agora, pensar as relações humanas na contemporaneidade é algo impossível sem que compreendamos o quanto elas estão atravessadas, constituídas, formatadas, prática e simbolicamente, por meio das tecnologias de informação e comunicação. Isso, no entanto, não significa dizer que o mundo digital seja melhor ou pior do que o “mundo real”, mas simplesmente que é inseparável do nosso cotidiano atual. Nesse sentido, cursista, pensamos este núcleo como um meio de explorar essas questões. Ler, refletir, produzir e intervir em sala de aula serão alguns dos caminhos sugeridos nessa nossa empreitada. Esperamos que este núcleo seja bastante instrutivo, criativo e prazeroso.