No tópico Socialização, pretendemos explorar, através das TDIC e, em particular, do cancioneiro popular, as possibilidades para um ensino de sociologia que leve em conta o contexto de interação na sala de aula. O conceito de “socialização” poderá ser não apenas demonstrado mediante esses recursos, mas, sobretudo, problematizado à luz das experiências individuais e coletivas. Nesse sentido, refletir sobre o universo sociocultural dos(as) jovens – sobre as interações e as formas de sociabilidade, as vivências cotidianas e seus conflitos – por meio das tecnologias que eles(as) utilizam em seu dia a dia pode permitir um acesso privilegiado a uma forma de conhecimento mais articulada acerca dos fatores que entram em cena para o processo de socialização.
Neste tópico, dedicado às reflexões sobre as “identidades”, queremos problematizar as relações sociais construídas, temporal e historicamente, no sentido de questionar, manter, reconfigurar ou mesmo romper sentimentos de pertença das mais distintas naturezas: étnicas, culturais, políticas, religiosas, espaciais, de classe e de renda, de sexualidade e de gênero, individuais e coletivas. Acreditamos que é preciso reconhecer, antes de tudo, que não estamos diante de um “conceito sociológico” propriamente dito, mas de questões pertinentes às experiências cotidianas e, como tais, configuram-se como questões sociais relevantes. Assim, problematizando alguns estilos e sociabilidades musicais, conduzimo-nos por perguntas provocadoras como: de 'que maneira construímos nosso “gosto” estético? Por que nos identificamos mais com um do que com outro grupo social? Como podemos refletir acerca das relações sociais nas quais estamos inseridos(as)? Como negociamos nossas identidades em diferentes contextos sociais e culturais? De que forma as TDIC estão inseridas nas nossas “preferências” e “seleções”? E, por fim, em que medida a reflexão sobre os processos de construção identitária, a partir das tecnologias de informação e comunicação, e em particular da música, pode contribuir para uma melhor compreensão da natureza sociológica dessas questões em sala de aula?
Neste terceiro tópico, pretendemos refletir acerca das “alteridades”, isto é, da percepção do(a) “outro(a)” na sala de aula e no convívio cotidiano. Para isso, procuramos propor um exercício constante de alteridade. Se pensarmos filosoficamente, a ideia de alteridade é ser “outro(a)”, colocar-se ou constituir-se como “outro(a)”. Nesse sentido, a alteridade pode ser compreendida como sendo mais restrita do que a “diversidade” e mais extensa do que a “diferença”. Sociologicamente, podemos problematizar nossa capacidade de transitar entre aquilo pelo que nos “identificamos”, subjetiva e concretamente, e aquilo que caracteriza “o(a) outro(a)”. E esse trânsito é sempre uma questão delicada, sobretudo no contexto escolar: afinal, as manifestações de intolerância das mais diversas ordens (sociais, religiosas, étnicas, políticas, de gênero e de sexualidade, de classe e de renda, estéticas, entre outras) estão presentes no nosso dia a dia. Pensando nisso, este tópico é uma aposta na potencialidade das aulas de Sociologia no Ensino Médio para estimular o pensamento crítico sobre essas questões. Por meio das TDIC, acreditamos que aulas que estimulem a criticidade podem contribuir não apenas para o reconhecimento do valor da diferença e da diversidade, mas, sobretudo, para que os(as) jovens possam ser protagonistas na construção de ferramentas cognitivas, digitais e não digitais, que assegurem uma experiência mais plural e democrática em sala de aula. Nesse sentido, este tópico mobilizou diferentes discussões e atividades que têm o espaço escolar como centro de atuação e reflexão.