Caro professor e cara professora, gostaríamos de propor uma nova abordagem para mobilizarmos o que estamos dialogando sobre sociologia. Vamos começar pelas seguintes perguntas: Por que essas músicas são importantes? O que têm a nos dizer? O que podemos aprender com elas? E uma pergunta mais instigante ainda: o que elas têm a ver com o curso de Sociologia na Era Digital?
A partir do que vimos, acreditamos que agora faça mais sentido dizer que, por meio das músicas, muitos indivíduos(as) (senão a grande maioria, afinal, quem consegue viver sem ouvir músicas no seu dia a dia?) foram influenciados(as) em seu comportamento, em seu jeito de se vestir, em suas amizades e identidades.
Se queremos realmente compreender as “culturas juvenis” e a sociabilidade característica desse fenômeno social (particularmente sua interação com a “cultura digital”), aí podemos ter uma ideia de como os estilos musicais (e as atitudes, valores e comportamentos que lhes correspondem), são determinantes de pertenças, de identidades e diferenças, de “lugares sociais”.
Evidentemente, isso não significa abrir mão de outras instâncias ou agências de socialização, em particular a Escola. No entanto, ao fazermos uma escolha por este universo, digamos, menos representado na bibliografia sociológica sobre a socialização, nossa intenção foi contribuir para uma construção de conhecimento em que o diálogo com os(as) jovens se dê de uma outra maneira, mais participativa, mais aberta e mais “horizontal”.
Acreditamos que a existência desse diálogo inicia-se no momento que nos questionamos como educadores(as), especialmente, sobre a relação que temos com as sociabilidades de nossos(as) alunos(as).
Se de antemão reforçamos os diferentes estereótipos que debatemos até aqui sobre a juventude, dificilmente o diálogo e a compreensão se darão de forma qualitativa e não hierarquizada. Essa imersão, somada a uma cultura digital que traz diferentes possibilidades e democratiza as produções culturais, se torna um importante instrumento de criatividade e educação. É na simbiose entre o respeito ao universo cultural, às TDIC e a uma educação criativa que entendemos que as questões sociológicas podem emergir de forma crítica e reflexiva. Como pudemos observar na experiência da Rádio Tolentino, na cidade de São José em Santa Catarina, essa interação pode ser bastante frutífera e pode trazer experiências educativas que uma aula convencional raramente possibilitará.
Nesse sentido, cursista, mais do que respostas prontas, queremos que você seja estimulado(a) a fazer novas perguntas, a estimular seus alunos e alunas para que também as façam, e construir juntos, novos olhares para este universo, aparentemente tão próximo de nós, professores e professoras, e ao mesmo tempo tão distante: as culturas juvenis e a cultura digital que lhe é tão íntima.
