Olá, cursista!
Seja bem-vindo(a) ao tópico 1 do núcleo de Aprendizagem de Sociologia no Ensino Médio “Socialização”. Neste tópico, pretendemos explorar algumas possibilidades para a construção de um ensino de Sociologia que consiga transitar entre a experiência cotidiana de jovens e educadores(as) e a reflexão em torno de um conceito mais abstrato e, por isso mesmo, que possa ser capaz de tornar compreensíveis as ações e as relações sociais que nos configuram.
O conceito de “socialização” pressupõe os processos por meio dos quais os seres humanos são induzidos a adotar os padrões de comportamento, as normas, regras e valores do seu mundo social. Nesse sentido, esse conceito é fundamental para o pensamento sociológico desde, digamos, o surgimento da disciplina, no século XIX. No entanto, como veremos nas demais páginas do tópico, não se trata de um conceito isento de controvérsias. Pelo contrário, diversas tradições epistemológicas e escolas de pensamento atribuem-lhe significados diversos. Queremos, no entanto, abordar algumas dessas “escolhas” conceituais por meio das TDIC e, mais precisamente, através do cancioneiro popular, das expressões artísticas e musicais presentes no nosso cotidiano e ao longo do século XX no Brasil.
Antes de iniciarmos nossa jornada pelos tópicos aqui propostos, convém fazermos algumas observações sobre o sentido de se ensinar sociologia no Ensino Médio.
Cursistas, após relembrarmos algumas questões que envolvem a produção sociológica e a sua relação com o que denominamos “senso comum”, assim como a sua relação com as diferentes produções culturais, podemos começar com algumas considerações. A primeira delas refere-se a um dos grandes desafios no ensino de sociologia: convidar os(as) jovens a formular perguntas que promovam uma alteração da consciência. Isto é, que transcendam os limites que são, muitas vezes, concebidos como uma realidade inexorável, imunes a mudanças. O que não deixa de ser, aparentemente, contraditório com a velocidade com que somos afetados pelas tecnologias de comunicação e informação.
Outra questão relevante nessa primeira parte da nossa conversa com vocês diz respeito ao nosso próprio ambiente: a sala de aula e os(as) jovens. Compreendê-los(as) como indivíduos(as) socializados(as) a partir de determinados padrões familiares, culturais, estéticos, socioeconômicos, etários, geográficos, étnicos e comportamentais é, talvez, uma primeira aventura neste universo chamado Sociologia.
Portanto, as reflexões sobre por que estudar sociologia, assim como a sua diferença com o senso comum, tem o objetivo de nos inquietar sobre a importância da sala de aula como um laboratório privilegiado para as desconstruções e as desnaturalizações que fundamentam a própria produção de conhecimento sociológico. Como as tecnologias nos servem de objeto de reflexão sociológica atualmente? Como elas nos servem também como ferramentas que potencializam as reflexões propostas pela Sociologia? Como tudo isso pode estar criticamente articulado no espaço escolar? Você, professor e professora, já parou para pensar sobre isso?
Propomos aqui um exercício inicial de reflexão para entramos no clima dos tópicos que propusemos nesse núcleo. Prontos para o desafio? Então vamos exercitar nossa imaginação sociológica!
Cursista, nesta atividade propomos um primeiro momento de reflexão sobre a articulação dos elementos que dão base ao nosso núcleo de Sociologia: a música, as TDIC e o ensino. Para refletirmos um pouco sobre essa combinação, indicamos alguns passos.
Em grupos de dois ou três, convidamos vocês a discutirem sobre os seguintes questionamentos: em que medida a “consciência sociológica” permite a adoção de uma nova atitude perante a nossa rotina diária? De que forma a escola pode ser um laboratório para o estímulo e o desenvolvimento dessa consciência? Como a música e suas diferentes imersões na sociedade podem se inserir nesse processo? E, principalmente, como a busca pelo desenvolvimento desse “olhar” pode ser viabilizado pelas TDIC?
Para entrarmos um pouco no tema da música e suas interações sociais, propomos que você escute a canção “Até quando”, do artista Gabriel o Pensador, e busque explorar, a partir dela, as questões indicadas acima.
A nossa proposta é que, após as questões e a música, um debate possa ser realizado, e algumas reflexões e conclusões possam ser apontadas e/ou registradas.
Em seguida, vocês poderão compartilhar, comparar e dialogar a partir dos registros dos demais grupos de cursistas presentes. Essa simples comparação pode revelar pontos de vista muito diversos sobre um mesmo objeto. Procure, a partir disso, refletir sociologicamente acerca dessas diferenças de percepções e de como os conhecimentos da sociologia permitem sua compreensão.