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Tópico I - Socialização

Dando sequência aos argumentos das teorias do distanciamento, para elas, o processo de socialização que ocorre nas sociedades modernas mais avançadas se caracteriza pela maior desarticulação dos espaços de interação, das lógicas que as articulam, ou seja, pela maior imprevisibilidade em se definir “papéis” sociais.

Ou seja, ao invés de papéis, ou um “script”, bem definidos, “roteiros” garantidos de atuação e adequação aos códigos sociais, o indivíduo tem diante de si mais incertezas, ele é mais “fragmentado” e “descentrado”, no sentido de que está em meio a inúmeras redes de comunicação e de interações possíveis. Faz mais escolhas, portanto. Suas motivações, tanto no sentido de insubmissão às regras sociais, como no de adesão conformista a elas, passa antes por uma estratégia, explícita ou não, em função de oportunidades. Em outras palavras, o indivíduo age mais em razão de sua posição e das possibilidades ou oportunidades que tem diante de si, do que em função das “normas”. O que essa linha de raciocínio argumenta é que o processo de socialização não é mais orientado pelo recebimento “passivo”, via transmissão unilateral, dos códigos sociais da sociedade para o(a) indivíduo(a). O(A) indivíduo(a) é alguém que reflete e interage, se adapta, distanciando-se, dos símbolos adquiridos em função de suas próprias necessidades (DUBET; MARTUCCELLI, 1997).

 

 

Um importante expoente dessa vertente é o sociólogo Anthony Giddens, para quem o ser humano é um “agente intencional, que tem razões para suas atividades e também está apto, se solicitado, a elaborar discursivamente essas razões”. Por outro lado, o indivíduo dá continuidade a certas práticas sociais herdadas, pertence a um fluxo contínuo de interações sociais, mas age de forma reflexiva. O pressuposto dessa equação é que essa consciência não é um produto deliberado da “vontade” individual, isto é, não é “autoconsciência”: para Giddens, a reflexividade é resultado da monitoração contínua da interação entre diversos indivíduos, que agem cada qual na expectativa dos demais (GIDDENS, 2003, p. 5).

Podemos mobilizar esses argumentos para entendermos, por exemplo, o comportamento rebelde dos(as) jovens ao longo dos anos 1960. Ou compreender a cultura hippie e os valores compartilhados por aquelas gerações. Os vídeos abaixo podem nos ajudar nessa direção.

 

Sugestão de Atividade 1.6: Música e Contexto Histórico

Documentário: TV Cultura Maio de 68 revolta ou revolução

Este documentário, produzido pela TV Cultura, narra os primeiros movimentos de contestação em maio de 1968, nos Estados Unidos e na França, suas principais motivações e o contexto político do período. Também retrata a atmosfera cultural que se alastrou por diversos países, numa época em que os meios de comunicação passam a exercer cada vez maior influência. “Maio de 1968” também repercutiu no Brasil, na política, na cultura, nos novos estilos de “ser jovem”, sobretudo na luta contra a ditadura militar.

 

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Woodstock: o festival que marcou uma geração

Projeto para a aula de contracultura. Criado pelos(as) alunos(as) de Jornalismo do 2° Semestre da Universidade Medotista de São Paulo.

Este breve documentário narra a preparação do woodstock, o show que foi considerado a consolidação da contracultura, a expressão do movimento “hippie” e seus(suas) principais protagonistas.



 

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Documentário: Woodstock, o festival que marcou uma geração revolucionária

A história do festival de música que é considerado um marco do movimento da contracultura. 500 mil pessoas levantando a bandeira da paz e do amor.

Neste documentário podemos entender o sentido filosófico do movimento contracultural dos anos 1960, isto é, as bases filosóficas que estavam na mente de muitos(as) jovens e adultos da época. A mudança de valores, atitudes e comportamentos expressas na fórmula “paz e amor”.

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Nestes vídeos que selecionamos, você, cursista, pode identificar desde as músicas que acompanharam as mudanças comportamentais, como também as atitudes e valores que caracterizaram aqueles momentos. Procure prestar atenção nas roupas, nas maneiras de se portar, nas formas de sociabilidade. Procure se imaginar vivendo naquele contexto: como você reagiria aquelas manifestações? Quais as oportunidades que vislumbraria? Que estratégias poderia vivenciar?

Agora, como um possível exercício a ser realizado com seus alunos e alunas, você poderá exibir estes mesmos vídeos, repetir as perguntas e comparar as respostas dadas com as suas. Esse diálogo pode ser o começo de uma compreensão sociológica ou, se quisermos, o “start” para uma reflexão que se baseia na “responsabilidade discursiva” que apresentamos logo no início deste curso. Caso o (a) formador (a) ache pertinente publicar o resultado desta ele(a) indicará a você o local para a postagem de suas considerações.


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