Caro professor e professora, acreditamos que já deva ter ficado claro que, a exemplo da “juventude”, qualquer tema com que estejamos familiarizados pode ser objeto da sociologia. Partindo desse princípio, o objetivo deste primeiro tópico é explorar o conceito de “Socialização”. A ideia básica que sustenta esse conceito, a saber, o pressuposto de que os seres humanos são induzidos a adotar os padrões de comportamento, as normas, regras e valores do seu mundo social, perpassou todos os assuntos que abordamos: o “senso comum”, as diferentes perspectivas de “geração”, as noções comumente aceitas sobre “juventude”, entre outros.
Agregando os temas da música e da cultura digital, buscaremos mobilizar, a partir de agora, a “imaginação sociológica” e os recursos da “desnaturalização”, “estranhamento” e “sensibilização” que apresentamos. Nosso objetivo não é apenas conhecer melhor nossos(as) estudantes, mas, a partir dessa orientação, sermos capazes de construir formas de conhecimento, ferramentas metodológicas e sobretudo, uma “responsabilidade discursiva” que dialoguem com uma cultura digital que, convenhamos, muitas vezes é melhor conhecida pelos(as) nossos(as) jovens do que por nós mesmos! Potencializar as ferramentas digitais disponíveis para reflexões críticas sobre o nosso próprio cotidiano: eis o grande desafio desta nossa jornada!
Comecemos pelo próprio conceito de socialização. Sem entrar ainda na controvérsia sobre as diferentes perspectivas a respeito do conceito, é possível dizer que, essencialmente, os processos de socialização começam na infância e prosseguem ao longo da vida, uma vez que se trata de formas de aprendizagem que se apoiam tanto no ensino formal, isto é, escolar e institucionalizado, como na aprendizagem “latente”, ou seja, não refletida ou não consciente e que se dá no relacionamento cotidiano com os(as) demais. Nesse sentido, é possível dizer que a socialização é o processo pelo qual “crianças indefesas se tornam gradualmente auto-conscientes, pessoas com conhecimentos, treinadas nas formas de cultura em que nasceram” (GIDDENS, 1993, p. 81).
Em outras palavras, é possível acrescentar que somos socializados constantemente, em todos os momentos de nossa vida, por meio de várias “instituições sociais”. Aqui, estamos diante de outro conceito sociológico, o de instituição social , que pode ser compreendido como complementar ao de socialização: podemos defini-la como uma estrutura social relativamente permanente e caracterizada por padrões delimitados de comportamentos, normas e valores específicos, que possui finalidades próprias e uma estrutura unificada.
Cursista, para pensarmos um pouco mais sobre as instituições que fazem parte das nossas experiências de sociabilização, propomos que você assista aos vídeos abaixo:
A família como instituição social (2011).
Novas configurações familiares (2012).
Com base nos vídeos e nas questões apresentadas, você poderá discutir com os demais cursistas sobre os seus próprios arranjos familiares. Quais seriam as diferenças, as semelhanças, as transformações recentes observadas entre vocês? Como essa instituição faz parte da realidade dos nossos(as) estudantes atualmente? Como ela interfere na sociabilização desses(as) jovens? Como podemos refletir sobre isso na nossa prática pedagógica?