Você conhece a música “Com mais de trinta”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle? Que tal dar uma paradinha agora para ouvi-la e buscar inspiração para a próxima discussão?
Com mais de trinta (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)
Não confie em ninguém com mais de trinta anos
Não confie em ninguém com mais de trinta cruzeiros
O professor tem mais de trinta conselhos
Mas ele tem mais de trinta, oh mais de trinta
Oh mais de trinta
Não confie em ninguém com mais de trinta ternos
Não acredite em ninguém com mais de trinta vestidos
O diretor quer mais de trinta minutos
Pra dirigir sua vida, a sua vida
A sua vida
Eu meço a vida nas coisas que eu faço
E nas coisas que eu sonho e não faço
Eu me desloco no tempo e no espaço
Passo a passo, faço mais um traço
Faço mais um passo, traço a traço
Sou prisioneiro do ar poluído
O artigo trinta eu conheço de ouvido
Eu me desloco no tempo e no espaço
Na fumaça um mundo novo faço
Faço um novo mundo na fumaça
Não confie em ninguém...
Essa música, lançada no início da década de 1970, apesar de ter “mais de trinta” anos de idade, continua atual, pois, em sua letra, ainda reconhecemos um comportamento típico dos jovens frente aos adultos, um conflito de gerações, que normalmente ocorre porque as ideias dos jovens, em alguma medida, assustam os mais velhos. E contestar é parte do comportamento dos jovens. Quando não estão contestando, estão apoiando direta ou indiretamente uma figura de contestação do seu tempo.
“Ser jovem é romper padrões, experimentar outras realidades, moldar a vida com ações que considera relevantes e inovadoras. Mas, para isso, é necessário uma grande dose de ousadia para seguir em direções diferentes e correr riscos. Não há como ter expectativas diferentes quando se é jovem.” (OLIVEIRA, 2012)
Esse impulso para seguir novos caminhos, viver novas experiências, faz parte do desenvolvimento pessoal do jovem, especialmente hoje, pois vivemos em um mundo em constantes rupturas, desconstruções, reconstruções e revoluções.
Identificar uma geração não é tarefa simples, porque são múltiplos os fatores que interferem na formação de um ser humano. Ao longo da história, uma geração era aquela que sucedia seus pais, ou seja, tínhamos uma nova geração a cada 25 anos. Mais recentemente, os acontecimentos sociais e culturais coletivos têm sido considerados na classificação geracional, sobretudo os aspectos do comportamento mais fáceis de serem identificados. Atualmente, os avanços tecnológicos têm gerado importantes transformações na humanidade, por isso eles têm sido também utilizados como marcas geracionais, o que faz com que tenhamos uma nova geração a cada 10 anos.