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Tópico II - Convergência das Mídias

Convergência das Mídias

 
Cultura Midiática

Poucos são aqueles que ainda duvidam de que estamos vivenciando uma revolução nas mídias que está provocando modificações profundas nas formas de produção, armazenamento e distribuição da cultura, graças aos processos de comunicação mediados por computador.

Desde a emergência do computador pessoal como meio de acesso à informação e meio de comunicação, a partir da segunda metade dos anos 1980, a palavra “mídia” foi se tornando cada vez mais onipresente em nossa cultura. De fato, seu plural “mídias” e o adjetivo “midiático” também passaram a ser utilizados à saciedade. Por que isso se deu?

 

Antes do advento da cultura digital, quando imperava a cultura de massas, especialmente transmitida por rádio e televisão, ninguém falava em mídias, mas sim em meios de comunicação massivos. Embora jornais e revistas sejam meios impressos, portanto remanescentes da Cultura de Gutenberg, sua distribuição em grande escala também os colocava sob a rubrica de meios de comunicação de massa. O mesmo acontecia com o cinema, apesar de que muitos relutem em considerá-lo meramente como um meio de massa, reivindicando para ele o caráter de meio de criação estética, perto das artes.

 

Meios de comunicação de massa e cultura massiva eram nomeações, em língua portuguesa, das expressões correspondentes em inglês: mass media e mass culture. Quando se desejava fazer a crítica política à cultura de massas, a expressão utilizada era “indústria cultural”, expressão cunhada na primeira metade do século XX pelos teóricos alemães  T. W. Adorno e M. Horkheimer.

Ao se dar o surgimento de equipamentos técnicos propiciadores de novos processos de comunicação, tais como a multiplicação dos canais de televisão a cabo, o videocassete, o videodisco, os jogos eletrônicos etc., esses equipamentos começaram a minar o exclusivismo dos meios de massa e consequentemente a expressão “meios de massa” não era mais suficiente para dar conta desses novos processos de comunicação.

Entretanto, foi a emergência da cultura planetária, via redes computacionais teleinformáticas, que instalou definitivamente a crise na hegemonia dos meios de massa e, com ela, o emprego da palavra “mídia”  generalizou-se e passou a se referir também a todos os processos de comunicação mediados por computador. A partir de tal generalização, todos os meios de comunicação, inclusive os de massa, inclusive o livro, inclusive a fala, passaram a ser referidos pela rubrica de "mídia" até o ponto de qualquer meio de comunicação receber hoje a denominação genérica de "mídia" e o conjunto deles, de "mídias", compondo uma verdadeira Idade Mídia.

 

Em síntese, o emprego dos termos "mídia" e "mídias" alastrou-se em função da crise da hegemonia da cultura de massas, uma crise que resultou do advento de novas lógicas culturais, que não mais se conformam com a lógica própria da cultura de massas.


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