Poucos são aqueles que ainda duvidam de que estamos vivenciando uma revolução nas mídias que está provocando modificações profundas nas formas de produção, armazenamento e distribuição da cultura, graças aos processos de comunicação mediados por computador.
Antes do advento da cultura digital, quando imperava a cultura de massas, especialmente transmitida por rádio e televisão, ninguém falava em mídias, mas sim em meios de comunicação massivos. Embora jornais e revistas sejam meios impressos, portanto remanescentes da Cultura de Gutenberg, sua distribuição em grande escala também os colocava sob a rubrica de meios de comunicação de massa. O mesmo acontecia com o cinema, apesar de que muitos relutem em considerá-lo meramente como um meio de massa, reivindicando para ele o caráter de meio de criação estética, perto das artes.
Meios de comunicação de massa e cultura massiva eram nomeações, em língua portuguesa, das expressões correspondentes em inglês: mass media e mass culture. Quando se desejava fazer a crítica política à cultura de massas, a expressão utilizada era “indústria cultural”, expressão cunhada na primeira metade do século XX pelos teóricos alemães T. W. Adorno e M. Horkheimer.
Ao se dar o surgimento de equipamentos técnicos propiciadores de novos processos de comunicação, tais como a multiplicação dos canais de televisão a cabo, o videocassete, o videodisco, os jogos eletrônicos etc., esses equipamentos começaram a minar o exclusivismo dos meios de massa e consequentemente a expressão “meios de massa” não era mais suficiente para dar conta desses novos processos de comunicação.
Entretanto, foi a emergência da cultura planetária, via redes computacionais teleinformáticas, que instalou definitivamente a crise na hegemonia dos meios de massa e, com ela, o emprego da palavra “mídia” generalizou-se e passou a se referir também a todos os processos de comunicação mediados por computador. A partir de tal generalização, todos os meios de comunicação, inclusive os de massa, inclusive o livro, inclusive a fala, passaram a ser referidos pela rubrica de "mídia" até o ponto de qualquer meio de comunicação receber hoje a denominação genérica de "mídia" e o conjunto deles, de "mídias", compondo uma verdadeira Idade Mídia.