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Tópico I - Espaço de Aprendizagem: Desafios do Ensino de Ciências

As ideias da Psicologia da Educação auxiliam a compreender o processo de aprendizagem e explicar como ele ocorre. A partir de inúmeras vertentes teóricas, destacamos o construtivismo por influenciar fortemente as áreas de pesquisa e de ensino de Ciências. Porém, vale destacar que ainda há equívocos no seu entendimento e, muitas vezes, as práticas nele fundamentadas são mal utilizadas ou até mesmo esquecidas. Ainda é muito frequente nas abordagens de muitos(as) professores(as) uma ênfase no desenvolvimento dos estudantes apenas para o entendimento da informação científica e dos métodos/processos científicos, ao focar prioritariamente os produtos da Ciência. Nesse sentido, diversos autores afirmam que as práticas dos(as) professores(as) de Ciências são ainda muito marcadas pelas metodologias tradicionais centradas no conteúdo conceitual. (KRASILCHICK, 2000; DELIZOICOV, ANGOTTI e PERNAMBUCO, 2007; LINN, 2004).

Ao refletirem sobre a influência da natureza do conhecimento científico e sua dinâmica de produção no ensino de Ciências, Delizoicov et al (2007) discutem os desafios da formação profissional dos professores dessa área, devido ao caráter processual da produção do conhecimento científico - motivo pelo qual esse não pode ser considerado pronto, verdadeiro ou acabado, tal qual o produto que anteriormente alertamos ser o foco das aulas de muitos professores.

Para esses autores, os desafios da formação também devem ser problematizados tendo em vista as relações entre Ciência e Tecnologia, seus efeitos e condicionamentos sociais, além das contribuições da epistemologia das ciências, já que há uma tendência de o ensino apresentar a ciência como “desinteressada, neutra, linear, respaldada na lógica e na racionalidade, de forte base empírica, isenta de crenças." (DELIZOICOV et al, 2002, p. 72).

Nesse sentido, a ausência de contextualização parece ter suas bases lá em nossa formação inicial, principalmente na maneira pela qual entendemos a ciência.

Tudo isso nos faz voltar à epistemologia.

Será que em nossa formação e na formação de nossos(as) alunos(as) discutimos os processos de construção e abordagem do conhecimento científico? 


 


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