“Assemelhar” e “representar” são analogias das quais nós, geógrafos(as), somos intrinsecamente dependentes. Ao pensarmos o mundo, ao fazermos a “geo–grafia” do mundo, estamos espacialmente representando diferentes dispositivos de assimilação e explicações visuais de um mundo geográfico.
Pensemos um pouco nas imagens fotográficas que utilizamos em aula.
Considerar a imagem como uma mensagem visual composta de diversos tipos de signos equivale a considerá-la como uma linguagem e, portanto, como uma ferramenta de expressão e comunicação que sempre se constitui como uma mensagem para o outro. Por isso, uma das melhores medidas para interpretar uma mensagem visual é buscar para quem ela foi produzida (JOLY, 1996, p. 55), ou seja, saber qual é seu público-alvo.
Assim sendo, a presença de imagens fotográficas nos livros didáticos é de grande importância para o modo como pensamos e agimos em nosso dia a dia no espaço geográfico. Essas imagens normalmente são disparadoras de práticas discursivas, como objetos do mundo, como obras da/na cultura.
É importante que a Geografia presente na sala de aula se torne um instrumento útil de leitura do mundo, propicie situações de aprendizagem que valorizem as referências dos(as) estudantes quanto ao espaço vivido. Essas referências emergem das experiências do seu cotidiano.
Os livros didáticos também estão inseridos numa cultura digital, expansiva, nos tempos atuais, em que muitas vezes a cultura da escrita perde espaço para a cultura da imagem. Com isso, a produção do conhecimento inserida numa perspectiva ótica exige que aprendamos a ler as imagens e as formas culturais presentes em diferentes espaços, inclusive nos livros didáticos.
A função didática da imagem passa a ter um papel ainda mais importante, pois cada projeto imagético tem uma função e um propósito em cada página ou capítulo dos livros, interpretá-lo ajuda-nos a compreender seus significados e objetivos de ensino.