Além dos jogos que já mencionamos, há também jogos mais conceituais e pouco conhecidos que proporcionam uma experiência estética mais interessante, como é o caso do Journey, criado e desenvolvido para o videogame Playstation 3, um dos mais atuais e modernos disponíveis no mercado de games.
Quando se imagina um jogo de videogame, é comum que se pense em gráficos simples e histórias com pouca ou quase nenhuma expressividade estética. Journey, no entanto, sendo um premiado jogo independente lançado em março de 2012, é envolvido por toda uma arte conceitual, desde sua produção (feita por uma equipe independente não hegemônica) até o momento de sua aquisição. Caso um(a) jogador(a) queira experimentar o jogo, ele(a) não pode comprá-lo materialmente, adquirir o cartucho. Trata-se de um jogo que só pode ser obtido por meio de download.
Os gráficos do jogo foram feitos por uma equipe de gamers e artistas plásticos, o que resultou em um visual sofisticado. Nesse jogo, não há como perder ou morrer, e, quando o jogamos pela rede, com outro jogador, um coopera com o outro.
A narrativa do jogo é bastante expressiva também: trata-se de uma personagem sozinha e semi-humanoide que tenta recompor as ruínas de onde vive com o objetivo de conhecer a história de uma guerra que colocou fim a tudo o que existia. A personagem ainda encontra-se em busca de algo sagrado, que é representado por uma montanha iluminada, presente em todos os cenários do jogo.
Fonte: Journey (2015).
Journey torna-se interessante também porque, como não há linguagem verbal na história do jogo, aquele(a) que o joga produz significações a partir de sua leitura das imagens. De certa forma, isso explicita o que acontece em toda leitura de toda grande obra de arte: há “vazios planejados” no texto, que preenchemos com a nossa subjetividade.
É sobre esse aspecto que trabalharemos, na etapa seguinte desta atividade, quando falaremos sobre Dom Casmurro e as várias adaptações de obras de Machado de Assis para o cinema e a TV.
Neste momento, convidamos você a participar de uma pequena oficina de criação literária, que consiste na produção de um conto. Para isso, elencamos algumas etapas que podem ser seguidas:
a) visite o site oficial do jogo Journey e assista à sessão Movies. Há dois vídeos: o primeiro é um making of da produção do jogo; o segundo é uma sequência de imagens em movimento para divulgá-lo. Você deverá assistir ao segundo vídeo, com cenas do jogo. Enquanto você assiste ao vídeo, procure ficar atento(a) às cores predominantes, às expressões da personagem principal e ao tom dado pela música de fundo. Reflita sobre quais seriam os “vazios planejados” nessa história, quais informações as imagens fornecem e quais não são completamente fornecidas;
b) baseado no que você viu e refletiu, crie um pequeno conto em primeira pessoa, preenchendo os vazios planejados, identificados por você nessa história;
c) ao final, publique seu conto no local indicado pelo(a) professor(a) formador(a). Você também pode ler as produções de seus(suas) colegas e, caso tenha interesse, faça comentários!
Vamos lá!?