Como vimos, o posicionamento dos principais veículos de informação e opinião da mídia impressa e de massa foi, inicialmente, absolutamente contrário aos protestos, qualificando-os como vandalismo, baderna e ódio à cidade e à população.
Ocorre que, no dia 13 de junho de 2013, a atuação da polícia militar foi bastante violenta, ferindo gravemente vários manifestantes, transeuntes e, inclusive, muitos jornalistas que estavam a trabalho, inclusive desses mesmos veículos de informação (Globo, Folha, Bandeirantes). Muitos manifestantes foram presos indevidamente, acusados de portar vinagre em suas sacolas e mochilas, daí a alcunha de “Revolta do Vinagre”. Assista aos vídeos, clicando nas imagens.
Fonte: Fotógrafos... (2013).
Fonte: Revolta da Salada... (2013).
O apoio da população, como vimos no vídeo de Datena, a revolta dos profissionais de imprensa quanto ao impedimento de seu trabalho, assim como o fato de os manifestantes filmarem e publicarem, como vimos, em tempo real nas redes sociais (principalmente Facebook e Twitter) o que estava efetivamente acontecendo, levou a uma mudança radical do posicionamento da grande mídia frente às manifestações, já a partir do dia seguinte. Veja Jabor retratando-se no rádio no dia 17 de junho de 2013.
Podemos notar que, de um dia para o outro, o que era um “ódio violento contra a cidade por parte de ignorantes políticos filhos de classe média que não valem nem 20 centavos” passa a ser “uma força política original que expressa uma inquietação que tardou muito no país, comparável aos caras-pintadas”.
Fonte: Arnaldo... (2013b).