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Tópico IV - Multiletramentos na Esfera Jornalística

A “Revolta do Vinagre” nas Redes Sociais

 

Nos dias 12 e 13 de junho de 2013 e nos dias subsequentes, os acontecimentos da “Revolta do Vinagre” incendiaram as redes sociais (especialmente o Facebook e o Twitter), que, como vimos, estavam sendo utilizadas para a circulação imediata das informações e para a organização das manifestações pelos envolvidos. Veja ao lado um exemplo de uma “análise de linha do tempo”, de 13 de junho de 2013, (Facebook) de alguém interessado nas manifestações.

No Facebook é particularmente difícil, dada a falta de um mecanismo de busca no Feed de Notícias, mapear essa movimentação da informação. No entanto, durante a “Revolta do Vinagre”, Fábio Malini, Raquel Recuero e Marco Toledo estavam fazendo uma cartografia da movimentação no Twitter: A Batalha do Vinagre: por que o #protestoSP não teve uma, mas muitas hashtags.

 

Com base na leitura do texto de Malini, Recuerdo e Toledo (2013), você vai, a seguir, participar do Fórum de Discussão: Jornalismo - Ontem e Hoje.


 

"A dinâmica do Facebook ilustra curiosamente a articulação rua e rede. Há aqueles que estão presentes na primeira; há aqueles que estão na segunda. Os primeiros enunciam; os segundos anunciam. Os primeiros, de dentro da mobilização, relatam. Os segundos, de dentro da rede, espalham e comovem. O 'Evento do Facebook' é uma espécie de desvio embutido na interface. O evento é algo que o próprio Facebook não sabe muito bem como controlar (você sabe onde fica a área de eventos na interface do Facebook?). [...] Em situações de protestos intensos, o evento funciona como um mural noticioso das lutas e uma construção heterogênea de narrativas comuns, que podem ser curtidas (popularizadas), seguidas (valorizadas em termos de atenção), comentadas (discutidas e virarem polêmicas num espaço público) e, a mais radical das ações peer-to-peer, compartilhadas (difundidas pelos perfis)." (MALINI; RECUERDO; TOLEDO, 2013, não paginado).

Nessa citação, retirada do texto que você debateu no Fórum, identificamos três processos importantes da circulação da informação e da opinião online, processos que a rede social Facebook foi pioneira em detectar: a adesão (a uma fonte, por meio dos mecanismos de curtir, seguir etc.), o debate público colaborativo (o gesto de comentar) e a redistribuição ou reblogagem da informação e da opinião. Dessas, a mais incisiva e importante é a redistribuição.

Como vemos, esses processos alteram radicalmente a distribuição e a autoria da informação/opinião, permitindo ações colaborativas e cumulativas entre usuários e acabando com a unidirecionalidade (“um-para-muitos”) da mídias impressa, televisiva e radiofônica. Permitem, portanto, o protagonismo, transformando o usuário em um “produsuário”.

Muitas foram as formas de redistribuição da informação e de formação de opinião utilizadas pelos internautas durante a “Revolta do Vinagre”. Os gêneros digitais variaram muito e todas as formas de linguagem foram usadas nessas manifestações.


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