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Tópico III - Sistemas Interativos

Vivenciando a Química por meio dos Ambientes de Autoria

Entre os muitos questionamentos de educadores(as) em relação ao ensino atual, um dos debates recorrentes se dá no campo dos estudos sobre processos metodológicos e didáticos, de como se pode ensinar e de como se pode aprender. A interação entre os processos de ensino-aprendizagem deixou de ser dicotômica para ser una, no sentido de que tais processos reforçam a cognição.

Partindo-se da ideia de que a educação escolar é temporal e cultural, é notório achar que tais variáveis estejam ligadas diretamente aos processos de ensino-aprendizagem.

Celulares, tabletsnetbooks, entre outras tecnologias de informação, estão disponíveis ao acesso dos(as) estudantes e dos(as) professores(as); porém, em muitos casos, faltam informação e formação para saber como integrar essas tecnologias nos processos educacionais. Assim, existem movimentos visando adequá-las ao ambiente escolar.

Entretanto, devido aos intensos discursos e debates sobre as formas e as maneiras da utilização da tecnologia disponível em prol da educação, quando seu uso é finalmente permitido, já se encontra desatualizado e sem atrativo para os alunos e alunas. Nesse intervalo de discussões entre educadores(as) e gestores(as), os(as) estudantes já utilizam tecnologias mais atuais e com design mais interessante, resultantes do rápido avanço tecnológico.

 

Uma maneira viável de se manter a tecnologia integrada ao ambiente escolar seria o ensino-aprendizado do desenvolvimento de softwares que possam ser criados pelo próprio corpo docente e discente. Tal ensino-aprendizado se encontra distante da realidade escolar até mesmo em escolas que se dizem tecnológicas.

O aprendizado de uma linguagem de programação possui o mesmo caráter do aprendizado de disciplinas como a Química, a Matemática, a História, entre outras, porém com um diferencial: ela acompanha a tecnologia em tempo real.

O conhecimento de uma linguagem de programação dentro do ambiente escolar ainda não é muito discutido e/ou debatido e, quando existe, encontra-se dentro do ambiente técnico, restrito a poucos. 

Pensar na possibilidade de ensino-aprendizagem de uma linguagem de programação ainda na fase escolar, como uma disciplina comum, certamente seria um ponto diferencial.

Isso poderia enriquecer o aprendizado, pois todos(as) iriam interpretar as formas como aprenderam aquele determinado conteúdo, mas de maneira a não somente dominar a “roupagem da tecnologia”, e sim sua programação também.

A quanta atividade cognitiva um(a) estudante se submete para aprender a somar 2 + 2? E para fazer a mesma atividade utilizando uma linguagem de programação, para que o computador interprete e mostre como isso seria possível? Certamente, a carga cognitiva é muito maior para fazer com que o computador interprete os comandos e informe o valor de 2 + 2.

Vejamos as formas de algoritmo para se aprender 2 + 2:

Para um humano: ao ensinar uma criança a contar, partimos em seguida para as operações básicas da Matemática na seguinte sequência: soma, subtração, multiplicação e divisão. Se pegarmos uma criança que já saiba contar e começarmos a ensinar a operação da soma, podemos fazer o seguinte: colocar primeiramente dois palitinhos para uma criança e pedir a ela para contar. Certamente ela dirá dois. Se pedirmos para ela colocar “mais” dois palitinhos e, em seguida, solicitarmos-lhe que conte todos os palitinhos dispostos, ela virá com o valor 4.

Para um computador: o processo não parece tão simples. Por mais que o algoritmo esteja pronto, é necessário que o usuário programador conheça as ferramentas necessárias para que o computador interprete a linguagem e responda conforme a ação indicada.

Se repetirmos a mesma operação utilizando a linguagem C, teríamos algo como:

Fazer com que o computador interprete o mesmo procedimento que uma criança é muito mais dispendioso; entretanto, aprendido o algoritmo, o(a) estudante pode fazer qualquer operação entre a soma de dois números. 

 

Mas qual seria a serventia de aprender a programar um computador se existem softwares no mercado para minhas necessidades? A resposta para uma possível indagação nesse sentido seria de que o enriquecimento do aprendizado lógico-matemático é extremamente útil para diversas área do conhecimento, tanto em nossos dias quanto para o futuro. É só perceber a importância dos primeiros programadores de computadores do século passado para nossas tecnologias atuais. 

Eles simplesmente ditaram o que os outros deveriam adquirir ou fazer com seus “brinquedinhos” tecnológicos. Até mesmo como aprender e o que aprender e ainda, nos deixaram reféns da sua própria tecnologia.

O aprendizado de uma linguagem computacional pode até parecer inútil de início, porém, no decorrer do tempo, mostra-se como uma forma viável e prática de aprender com facilidade uma infinidade de conteúdos.


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