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Tópico III - Sistemas Interativos

Vivenciando a Química por Meio dos Simuladores

Como vimos, as tecnologias podem contribuir positivamente nos processos de ensino-aprendizagem. No campo educacional da Química, essa realidade não é diferente.

Atualmente, são inúmeros os recursos tecnológicos educacionais que podem auxiliar na aproximação dos conhecimentos científicos com a realidade do(a) estudante, principalmente os que são mediados pelo uso do computador. Um exemplo são os simuladores.

Segundo a definição trazida por Valente (1993), os simuladores são softwares que criam modelos dinâmicos e simplificados do mundo real, permitindo que hipóteses sejam desenvolvidas e testadas, além de nos propiciar a análise de resultados e refinamento de conceitos. Na Química, os simuladores permitem que os(as) estudantes transitem entre o mundo submicroscópico químico e o mundo macro do cotidiano.

 

 

Os simuladores podem ser classificados em dois tipos:

Simuladores estáticos: a principal função de um simulador estático é proporcionar ao aluno a observação de fenômenos químicos e físicos, em nível macroscópico e microscópico, sem qualquer interferência do aluno.

Simuladores interativos: a principal função de um simulador interativo é impor aos alunos a tomada de decisão e a solução de problemas a partir da sua interação.

A escolha do tipo de simulador dependerá do tipo de dinâmica que você acredita ser mais adequada para o processo de ensino-aprendizagem dos conceitos químicos em questão.

 

Simuladores, Para Quê?

A literatura da área de ensino em Química a partir do uso de simuladores apresenta algumas justificativas para a sua utilização, as quais dividimos e analisamos em dois grupos:

1° grupo - possibilidade de utilizar a experimentação química a partir do uso de simuladores;

2º grupo - para explicar e explorar fenômenos, processos e ideias abstratas; proporcionar aos(às) alunos(as) o desenvolvimento da capacidade de representação simbólica, fenomenológica e representacional da Química em seus diferentes níveis.

Como você sabe, as atividades experimentais despertam um forte interesse entre estudantes de diversos níveis de escolarização. Segundo Giordan (1999), para os(as) educandos(as) a experimentação possui um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. Os relatos de docentes que usam a experimentação indicam um aumento da capacidade de aprendizado, pois esta funciona como meio de envolver o(a) estudante nos temas em questão.

Devido a importância da experimentação nos processos de aprendizagem do conhecimento químico, as TDIC, como uma nova tecnologia defendida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998) e endossada por políticas governamentais, como o Programa Nacional de Informática Educativa (ProInfo) e a Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED) (CASTRO FILHO et al., 2008), entram como protagonistas para auxiliar a visualização de procedimentos experimentais na forma de simulação.

As simulações podem substituir os experimentos em escolas que não possuem laboratório de química, podem auxiliar a visualização de situações difíceis, impossíveis, perigosas, microscópicas e com o conveniente de não gerar resíduos e rejeitos ao ambiente.

É importante ressaltar que, quando nos referimos a procedimentos experimentais aliados a um sistema interativo de simuladores, temos uma maior abrangência de possibilidades de experimentos, pois os simuladores podem auxiliar na visualização e interação de procedimentos experimentais macroscópicos e microscópicos.

Além das atribuições referidas anteriormente, os simuladores auxiliam na aproximação do(a) estudante com os conhecimentos químicos, facilitando sua aprendizagem, já que o computador é uma das ferramentas de recurso didático com a qual os alunos e alunas possuem maior intimidade. A utilização de simuladores possibilita-nos perceber o dinamismo das interações, podendo ser um grande aliado nesse processo de apropriação do conhecimento, uma vez que fazem com que a simulação seja, conforme coloca Valente (1993), uma ferramenta educacional de aperfeiçoamento e de aumento na qualidade de ensino.

Para Khalil (2012), o(a) estudante prefere um modelo mais dinâmico de aula, que possibilite uma participação mais ativa na construção do conhecimento, e a simulação permite uma maior interatividade dos(as) jovens com o computador. Para esse autor, o computador é uma ferramenta que possui muitos recursos e se torna válido para expressar a realidade com grande similaridade permitindo que o(a) educando(a) tenha uma visão dessa realidade virtual através da sua tela.


A simulação possibilita o desenvolvimento de realidades virtuais que podem ser testadas, e cujos resultados podem ser analisados, oportunizando uma reflexão das escolhas realizadas durante a simulação. Esse processo permite interação com o conteúdo, facilitando a compreensão dos conceitos que são desenvolvidos e proporcionando maior dinamismo em sala de aula.

Cursista, é importante lembrar que a simulação deve ser um complemento das apresentações formais, como leituras e discussões em sala de aula, e nunca um recurso para substituir o cotidiano escolar. Essa articulação cria condições reais para os(as) estudantes fazerem a transição entre a simulação e o fenômeno no mundo real.

Simuladores, como Utilizar?

Para que o uso dessa ferramenta seja favorável à aprendizagem em Química, é necessário que, em primeiro lugar, você interaja com o simulador, a fim de compreender o seu funcionamento. Faça isso mais de uma vez para se certificar que conhece todos os caminhos que podem ser percorridos durante o processo de simulação.

Em seguida, analise os conteúdos que podem ser desenvolvidos com o uso do simulador. Alguns simuladores exigem que o conteúdo seja trabalhado previamente, como o simulador Polaridade da Molécula, que permite ao(à) estudante fazer alterações de eletronegatividade, ângulos, visualização de polaridade em 3D entre outras variáveis; no entanto, para interagir com o simulador, são essenciais conhecimentos específicos.

A necessidade de conhecimento prévio, porém, não é uma regra. Você, cursista, pode iniciar um conteúdo problematizando-o a partir de uma situação e, após o uso do simulador, abordar o conteúdo específico, como no caso do simulador Concentração. Esse simulador permite que o(a) estudante observe a concentração de um suco (em pó ou líquido) adicionando suco e água e eliminando a solução. 

 Nesse caso, não é necessário conhecer o conteúdo específico, mas fica a critério de cada professor(a). Nesse caso, não é necessário conhecer o conteúdo específico, mas fica a critério de cada professor(a).

O importante é que o trabalho seja planejado para que tenha uma resposta favorável e facilitadora no processo de ensino-aprendizagem.

Não deixe de abordar também os possíveis conteúdos transversais. Eles devem ser pensados e inseridos durante a aula, aproximando o(a) aluno(a) da realidade química que vivenciamos todos os dias. Em uma aula tradicional, na maioria das vezes, não conseguimos fazer esse tipo de interlocução.

Após interagir com o simulador e pensar nos conteúdos a serem trabalhados, faça um roteiro de atividade que, na sua percepção, seja eficiente durante o cotidiano em aula. Mesmo que você não adote um roteiro escrito, é necessário que compreenda que esse roteiro oferece uma autonomia de trabalho ao(à) estudante, permitindo que você visualize as dificuldades apresentadas pela turma no uso do simulador.

Caro(a) cursista, para que você conheça um pouco mais sobre simuladores e amplie seus horizontes, vamos apresentar os procedimentos para a utilização de um simulador que se encontra disponível na página PhET – Interactive Simulations, da Universidade do Colorado (para que seja possível utilizar os simuladores dessa página, é necessário baixar o programa Java).

 

O PhET oferece gratuitamente simulações divertidas, interativas e baseadas em pesquisa de fenômenos físicos e químicos. A equipe do PhET acredita que a abordagem com base em pesquisa incorpora descobertas de pesquisas prévias e habilita os(as) discentes a fazer conexões entre os fenômenos da vida real e a ciência básica, aprofundando a sua compreensão e apreciação do mundo físico. Todas as simulações PhET estão disponíveis gratuitamente no Portal PhET.


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