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Conceitual II - Por Que Unir Mídia e Educação?

Sociedade Multitela

 

Olá, cursista! Seja bem-vindo(a) ao Conceitual 2 do Núcleo de Educação Física, chamado Por Que Unir Mídia e Educação? Como indicado no título, neste segundo momento propomos algumas reflexões sobre a frutífera relação entre a mídia e a Educação. O nosso objetivo é observar as várias possibilidades provenientes desse diálogo, ressaltando como a Educação Física escolar pode apropriar-se dessa relação. Como a mídia pode ser inserida no cotidiano do ensino de Educação Física? Você já refletiu sobre essas questões? Se sim, esperamos colaborar na elaboração de respostas criativas para elas. Se não, esta é a oportunidade de começar!  

Televisão, cinema, video games, smartphones, tablets, internet, ufa! Essas são algumas das principais mídias que constroem nosso cotidiano e, não é exagero dizer, redefinem nosso ambiente social e cultural. Basta uma olhada panorâmica – observando a presença das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) ao redor, passando pelas variações nas formas de buscar informações, até as transformações da comunicação pessoal – para percebermos que vivemos em uma sociedade midiática, cujos suportes digitais e as novas possibilidades e formas comunicativas proliferam em diversas telas. Ou seja, uma sociedade multitela, particularmente presente nas vidas de crianças e jovens.

 

Partindo desse quadro, pensar a educação contemporânea passa pela consideração de que as mídias e as tecnologias digitais possuem um papel fundamental para a formação dessas crianças e desses jovens. Eles(as) crescem em contato com as mídias, e sua produção cultural nasce igualmente integrada a esse novo ambiente comunicacional. Transitam por essas mídias e mesclam real e virtual, digital e analógico, informacional e relacional, de forma a diluir as barreiras e naturalizar usos e comportamentos, a ponto de serem consideradas como “nativos(as)” em um universo no qual a maioria de nós é “imigrante”. Além dos “nativos” e “imigrantes”, ainda há os excluídos digitais, que têm o direito negado de participar dessa realidade social e cultural.

Mas será que as crianças e jovens, sujeitos em formação, que interagem efetivamente com as TDIC, possuem as condições necessárias para interpretar, valorizar, reconhecer e selecionar os conteúdos disponíveis à distância de um clique? Será que eles(as) podem, somente com a habilidade de manipular as ferramentas, ser capazes de compreender as relações culturais, políticas, comerciais e sociais envolvidas e disseminadas nas mais diversas linguagens? Ou ainda, apenas o passar de dedos sobre a touch screen poderia torná-los(as) aptos(as) a interpretar e atuar nos ambientes digitais de forma ativa e participativa? É, sobretudo, ao problematizar esse uso “natural” e intuitivo, e assegurar uma participação criativa, bem como uma reflexão crítica sobre esse uso cotidiano, que se localizará a importância de conectar as mídias à educação.

Nesse universo repleto de possibilidades, a mídia-educação surge como uma abordagem que valoriza a educação com, para, sobre e através das mídias (FANTIN, 2006). Tanto no âmbito da educação formal como no da informal, a mídia-educação configura-se como um importante espaço para a promoção de competências amparadas em uma capacidade crítica, participativa, criativa e educativa na relação com as mídias. Um campo relativamente novo de pesquisa e ação que se encontra na interface Comunicação e Educação, mas que se configura por sua dinamicidade pautada em uma base sólida: a busca de uma práxis mídia-educativa.

 

Sugestão de Atividade Reflexiva 1: Tópico Conceitual II

"Educação para as Mídias", "Educação e Comunicação", "Educomunicação", "Media Education": essas são algumas expressões conhecidas de atividades, grupos ou movimentos que se caracterizam por se situar na interface Comunicação e Educação, assim como a mídia-educação. Nos mais variados países, ou em diversas vertentes, tais iniciativas possuem pontos de partida distintos – a atuação concentrada em ambientes escolares, ONGs, grupos de pesquisa, projetos governamentais etc. Mas, mesmo diversificadas, elas mantêm em comum seu fim: a possibilidade de crianças e jovens participarem e usufruírem do ambiente midiático de forma ativa, reflexiva e cidadã. Para pensarmos sobre isso, sugerimos algumas leituras e um exercício de reflexão indicado a seguir.

  1. Neste momento, convidamos você a ler os textos Mídia-educação: conceitos, história e perspectivas, de Maria Luiza Belloni e Evelyne Bévort (2009), e Crianças, cultura e participação: um olhar sobre a mídia-educação no Brasil, de Gilka Girardello e Isabel Orofino (2012). Neles, você verá que o percurso traçado pela mídia-educação, no contexto internacional e brasileiro, datam de iniciativas realizadas ainda em meados do século passado.

  2. Feito isso, com base nas suas experiências com as mídias na infância, trace um breve percurso contando como foram os seus primeiros contatos com as mídias, a relação das mídias com o contexto sócio-cultural da época e como elas estavam representadas no seu ambiente escolar. Um breve texto pode ser elaborado para apresentar essa trajetória. A publicação deste material poderá ser feita no local indicado pelo(a) professor(a) do Núcleo. 

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