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Conceitual II - Por Que Unir Mídia e Educação?

Mídias, Participação e Ação

Cursista, como vimos nos textos sugeridos, a mídia-educação, como um campo em construção e dinâmico, está em constante transformação. Por algum tempo, as possibilidades para a apropriação das mídias caracterizaram-se pela necessidade de se instituir uma ação pedagógica voltada ao desenvolvimento de uma visão crítica sobre os materiais produzidos e veiculados. Assim, os produtos midiáticos – filmes, matérias de jornais, reportagens televisas, novelas, peças publicitárias, entre outros – foram, e são, adotados como um potente conteúdo pedagógico.

Logo, surge, aliada à necessidade de uma postura crítica aos conteúdos midiáticos, a adoção de uma perspectiva técnica, pouco acessível para a maioria, sobretudo pela pouca difusão das tecnologias, mas que já instaurava uma rica possibilidade para a produção. Assim, iniciativas como o jornal na escola, do professor Celéstin Freinet, foram as mais populares devido, sobretudo, à técnica acessível para a produção impressa.

 

 

Dessa forma, a peculiar produção dos meios de comunicação de massa – que se caracterizam, principalmente, pela grande disseminação de informações por um só canal (emissoras de rádio e TV, editoras de jornais e revistas, produtoras de cinema, portais de internet) e de uma só vez para vários receptores (audiência, leitores, espectadores) – começa a ser tomada também como possibilidade pedagógica.   

Nessa evolução, podemos identificar uma linha teórico-metodológica comum, que se caracteriza pela busca da inserção das mídias como objeto de estudo, ferramenta pedagógica e de intervenção. Essas possibilidades são as chamadas três dimensões de atuação pedagógica da mídia-educação (FANTIN, 2006).

 

 

Quando os produtos midiáticos – por exemplo,  fotos jornalísticas, filmes, noticiários televisivos e esportivos – são tomados como conteúdos para análise, dizemos que essa é uma ação pedagógica sobre as mídias. Por outro lado, se os meios são tomados como suportes, essa será uma adoção realizada com as mídias.  Se a proposta é construir um produto midiático para a veiculação de conteúdos próprios – um documentário sobre a escola, um jornal escolar ou, ainda, uma rádio-escola – dizemos que essa é uma ação pedagógica através das mídias.

Didaticamente separadas, as dimensões de uma educação com, para, sobre e através das mídias são as etapas de um movimento educativo que visa um só objetivo: uma pedagogia mídia-educativa. Essa pedagogia está pautada em conhecer as estratégias utilizadas para a produção e a circulação das informações; explorar as possibilidades interpretativas dessas informações; além de perceber como as atuais práticas de comunicação digital configuram nossas relações pessoais, culturais, sociais e políticas e se caracterizam como movimentos pedagógicos caros à educação do século XXI.

Reflexão

No livro O jornal escolar, de Celéstin Freinet (1974), citado anteriormente, o autor chama atenção para uma questão fundamental na reflexão sobre a adoção das mídias na escola: a inserção da linguagem característica de cada época no ambiente escolar. Com essa reflexão, Freinet inseriu o jornal, meio e linguagem, por excelência, predominante em sua época – o período pós guerra mundial –, no seu fazer pedagógico.

 Agora, podemos indagar:

no ambiente “multimidiático” em que vivemos, qual seria a linguagem da nossa época?


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