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Tópico V – Novas Miradas, Novas Possibilidades. Vamos Lá Fazer o que Será!

Construção Coletiva do Plano de Formação de Professores(as) numa Escola

No decorrer dos estudos deste núcleo, analisamos a experiência do NTM de Jaraguá do Sul. A ação de seus(suas) profissionais abrange todo o município, exigindo que todos(as) trabalhem na construção de diretrizes e estratégias de ação de curto, médio e longo prazo, que vão desde a construção e manutenção da infraestrutura técnica de acesso e suporte, a formação dos(as) profissionais, a gestão de programas governamentais até a assessoria continuada nas escolas.

A proposta que fazemos aqui consiste na construção de um plano de formação para os(as) professores(as) de uma escola. Pensamos que os elementos desse plano ganham concretude ao focarmos nossa intervenção no âmbito de uma escola "real", ou seja, próxima para a efetivação de nossas ações. Isso prepara-nos com reflexões mais ricas e potencializadoras para a organização e o enfrentamento de projetos mais abrangentes no futuro.

Defendemos que a escola deve ser protagonista na formação de seus(suas) profissionais, por isso julgamos que os planos de formação precisam ser coletivamente pensados nesse espaço.

 

Como dissemos, a inserção das TDIC nas práticas pedagógicas potencializa transformações que impactam a vida de todos: gera novas rotinas e práticas, muda o padrão das relações interpessoais, provoca conflitos, demanda outras formas de organização e distribuição do trabalho etc., por isso a necessidade de que o processo de formação seja pensado por todos(as) de forma articulada. Para tanto, os(as) gestores(as) e formadores(as) devem buscar a aceitação de sua proposta na escola, sem ela, as resistências passivas ou mesmo as atitudes ostensivamente contrárias podem trazer dificuldades para todos(as).

Os(as) gestores(as) – aqui entendidos(as) como toda a equipe pedagógica – e os(as) formadores(as) terão importante papel no processo de diagnóstico e análise da realidade e, também, na introdução de ideias potencialmente inovadoras por meio de suas próprias práticas. Desse modo, assume-se um entendimento de participação que está em acordo com o conceito de cooperação em Piaget (1973): na cooperação, não apenas as ações são compartilhadas, mas também a concepção e o planejamento da ação precisam ser, ou seja, cooperar na ação não significa apenas fazer juntos. Na cooperação, os acordos vão além do fazer, eles envolvem as intenções, os princípios e uma ética norteadora. Todos(as) precisam, então, explicitar e partilhar suas intenções com a comunidade escolar. A ação cooperativa está baseada em acordos transparentes, claros, conscientes.

 

 

Participação é ação política. Por meio da participação, os(as) interessados(as) colaboram com as decisões tomadas e compartilham as responsabilidades pelas consequências dessas escolhas. 

Os processos participativos requerem esforços de organização, e esta precisa ser assumida como compromisso de gestores(as) e formadores(as). Em contrapartida, a participação efetiva de todos(as) leva à obtenção de informações mais precisas sobre o contexto, o que certamente levará a melhores resultados.

Mas, como formadores(as) e gestores(as) organizam um planejamento se as decisões serão coletivas? A tarefa desses(as) profissionais é ordenar e instrumentar esse processo coletivo. Para isso, é possível antever e preparar algumas etapas gerais a serem seguidas, que se sucedem de modo cíclico e evolucionário.

Tais etapas constituem-se em:

1. fase exploratória – conhecendo a escola;

2. determinação de objetivos e expectativas;

3. elaboração do plano de formação.

 

As sugestões de orientação e a realização de cada uma dessas etapas constituirão a atividade final deste núcleo.

No momento preliminar, deve-se buscar reconhecer a comunidade escolar para avaliar as oportunidades de intervenção. Nele, é importante detectar apoios, resistências, convergências, divergências, posições otimistas e céticas etc. Nessa fase, é estratégico avaliar a aceitação dos princípios participativos, isso permite antever sua intensidade de aplicação. Será ele um processo inicialmente negociado com todos ou ocorrerá como uma intervenção marginal, que vai aos poucos e evolucionariamente aumentando o âmbito da participação? 

A aceitação de intervenções externas na comunidade depende de muitos fatores, portanto quanto mais houver clareza e objetividade dos limites possíveis dessa intervenção, melhor. A atitude de escuta neste primeiro momento é uma postura adequada para antecipar possíveis dificuldades e conflitos e requererá um certo tempo de convivência na escola.

Uma boa estratégia é identificar se já existe algum projeto mobilizador da comunidade escolar e que possa ser potencializado pela formação dos(as) docentes.

Uma maneira sugerida de finalizar essa etapa é buscar fechar um contrato com as lideranças da comunidade escolar de modo a definir os limites dos compromissos relacionados com o nível de participação a ser realizado – o que pode ser expresso de modo claro por meio de uma agenda geral de trabalhos, onde se definem os encontros necessários e as pautas previstas para o trabalho coletivo


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