Considerando as questões tratadas neste núcleo específico: “Gestão para Integração das TDIC no currículo”, como pertinentes para a sua vivência como gestor da sua escola, propomos pensar a escola a partir do seu tempo. As questões trazidas aqui (O que é o tempo? O tempo tem existência própria ou é uma construção?) possibilitaram uma discussão muito rica entre os pares, e vocês puderam analisar experiências vividas como gestores em suas escolas. Percebemos a importância e a vantagem de pensarmos no tempo como construção social, quando refletimos sobre a necessidade de administrar os tempos da escola.
Reforçamos a ideia de que hoje é fundamental saber delegar, definir prioridades e recursos que ajudam a gerenciar os tempos e compromissos na gestão escolar situada na cultura digital sempre tendo como meta principal a qualidade da formação dos alunos oferecida pela escola, considerando que a sociedade hoje tem, como um dos pilares estruturantes, as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) permeando nosso dia a dia.
Vimos também a importância de uma gestão democrática e participativa que considere a presença de novidades tecnológicas na escola e que crie espaços de aprendizagem que atendam aos alunos de diferentes gerações, os quais lidam com os recursos tecnológicos de maneiras diferentes.
Lembramos que a escola não é uma instituição que se estabelece em um campo ideal, mas um resultado das relações, e, como tal, também recebe uma grande carga de influência da forma como a sociedade se organiza. É preciso, portanto, compreender a realidade da gestão escolar hoje. Um trabalho que, em função de sua natureza formadora, implica uma ação de liderança, que se constitui na capacidade de inspirar as pessoas, valorizando as competências do seu grupo, para que, em conjunto, aprendam, construam conhecimento, desenvolvam novas competências e habilidades para lidar com as novidades tecnológicas, realizem projetos, promovam de maneira articulada e consistente, a aprendizagem e a formação dos estudantes considerando as características das gerações diversas existentes na escola.
A gestão democrática, portanto, requer o desenvolvimento de lideranças e de um trabalho colaborativo de todos os membros, inclusive da comunidade externa. A participação de toda a comunidade possibilita diferentes modos de conceber o trabalho escolar, de tal forma que a escola deixa de ser vista como propriedade de uma única pessoa, o gestor ou o professor, para ser de todos, ganhando particularidades e definindo-se com “identidade própria”.
Isso se revela pelo Projeto Político Pedagógico (PPP), instrumento pelo qual a escola se define com uma identidade própria. Por isso, esse documento deve ser reconhecido não só pelo gestor, mas por todos da comunidade, desde que sua elaboração e produto representem o resultado de um processo de discussão e participação de todos os membros da comunidade escolar, o que possibilitará uma reflexão por parte dos diferentes atores acerca das condições físicas, estruturas, recursos tecnológicos e recursos humanos disponíveis para a efetivação do PPP.
Como dissemos anteriormente, queremos agora pensar em caminhos futuros a seguir, tendo como referência de registro e ponto de partida para a ação, o PPP da escola. Dessa forma, podemos imaginar algumas questões que nos ajudem.
Esses questionamentos podem delinear passos para que o gestor possa repensar suas ações, a partir de seu contexto e de um diálogo com toda a comunidade escolar. Vamos avançar nesse desafio?