Agora que você conhece um pouco mais sobre os jogos digitais e suas possibilidades educativas, é fundamental que reflitamos crítica e sistematicamente sobre seu papel didático e metodológico, pois, enquanto jogamos, muitas habilidades são desenvolvidas e trabalhadas em cada um de nós.
O autor americano Gee (2004), linguista social, em seu livro What video games have to teach us about learning and literacy (O que os vídeo games têm para nos ensinar sobre aprendizagem e letramento), rompe com muitas ideias estereotipadas a respeito dos jogos digitais ao descrever uma série de princípios de aprendizagem elaborados a partir da interação com bons jogos digitais.
Para Gee, os jogos podem promover o desenvolvimento cognitivo e gerar melhores resultados nas atividades escolares, uma vez que são baseados em uma tecnologia divertida, atraente e interativa. Esse autor compreende que, ao contrário da maioria dos processos de ensino tradicionais, o ato de jogar não pune os(as) jogadores(as) pelos erros cometidos, mas ensina, pois a partir dos erros é possível aprender e, assim, atingir o objetivo proposto.
Em seu livro, Gee defende que os jogos não são apenas uma fonte de entretenimento, mas também um modelo de como as escolas poderiam funcionar para proporcionar um bom processo de aprendizagem, enriquecendo as práticas vivenciadas por alunos(as).
Antes de qualquer coisa, o autor defende a ideia de que aprender a jogar jogos digitais é uma nova forma de alfabetização, que se desenvolve em um campo semiótico, ou seja, em um campo de sinais que representam certos significados. Atualmente essa proposta já é considerada em muitas áreas, e se baseia na ideia de que os jogos em geral nos permitem aprender de forma ativa e participativa, o que facilita a aprendizagem crítica e reflexiva.
WHAT Video Games Have To Teach Us About Learning And Literacy. Imagem da capa do livro extraída de resenha de Jonathan Valle.
James Paul Gee on Learning with Video Games (2012)