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Tópico V - Transmídia

Narrativa Transmídia

Narrativa Transmídia é uma expressão que foi cunhada pelo norte-americano Henry Jenkins (2008), teórico das mídias, dos games e da educação em meios digitais. A expressão refere-se a um processo pelo qual um produto midiático, como um filme, transita para um game, ou pelo qual uma telenovela, produzida para ser veiculada na TV, transita ainda pelas diversas telas dos dispositivos móveis, além de sites, como o Youtube, e redes sociais, como o Facebook e o Twitter, entre outros.

Atualmente, o público deseja vivenciar as histórias e até mesmo colaborar com elas em tempo real, por meio de múltiplas telas. As novas audiências assistem à televisão na internet, acessam conteúdo pelo celular e trocam informações nas redes sociais, tudo isso ao mesmo tempo, graças à portabilidade e conectividade dos dispositivos móveis. Os recursos de geolocalização das mídias locativas e a atual multiplicidade de telas fazem parte da vida das pessoas, constituindo-se no principal motivo da migração de uma história de uma plataforma para outra.

 

Na narrativa transmídia, cada mídia deve contar uma parte significativa da história, concentrando-se naquilo que ela é capaz de fazer melhor. Uma história contada numa mídia expande-se em outra mídia. Assim, uma história que é introduzida num filme pode ser expandida na televisão, em romances e quadrinhos. Pode ainda ser explorada em games ou experimentada como atração de um parque de diversões.

No processo de migração de uma mídia a outra, um conjunto de elementos de uma ficção se distribui por múltiplas plataformas. Com isso, uma história vai se expandindo por diversas linguagens e mídias, tirando de cada uma delas seu modo especial de ser.

Ademais, muitas narrativas transmídia não se restringem a contar a história de um personagem, mas criam um mundo. Isso permite a migração de audiência entre as diversas mídias onde esse mundo é apresentado. Deste modo, diferentes plataformas conectadas aos dispositivos móveis potencializam a criação de conteúdos interligados entre si, numa estratégia de engajamento e participação. Para Jenkins, o envio de textos, fotos e vídeos por meio das mídias sociais como o Twitter preenche uma premissa da prática transmídia: a produção colaborativa do público.

 

Nesse sentido, se a produção colaborativa de textos em blogues e outras plataformas inova a forma de narrar fatos, tornando o produto mais interessante e mais atrativo, a distribuição de conteúdos por meio dos dispositivos móveis portáteis tende a ampliar o universo dos usuários, estimulando uma maior participação através das redes sociais colaborativas.

Esse tipo migratório de construção ficcional é mais usual nos gêneros de ficção científica e suspense, porque estes oferecem melhores condições para a criação de pistas, pontos de entradas e de saídas, tendo em vista o poder de imersão e participação das audiências nas histórias compartilhadas que transitam entre filmes, séries televisivas, web-séries, videogames e histórias em quadrinhos, entre outras mídias. Neste processo, a centralidade de uma mídia é substituída por múltiplas plataformas que intensificam o trânsito de conteúdos.

Com isso, a narrativa transmídia produz uma dispersão textual por diferentes mídias, promovendo também reformulações no ecossistema audiovisual, ao criar novas formas de envolvimento que englobam e expandem as antigas práticas de produção e consumo de conteúdos. Essa dispersão é considerada por alguns autores como uma das mais importantes fontes de complexidade na cultura popular contemporânea.

 

Sugestão de Atividade 4 - Narrativas Transmidiáticas

Cursista, retomando a narrativa em estilo literário ciberpunk que você pode construir com seus(suas) alunos(as) na Sugestão de Atividade 2, sugerimos, agora, transformá-la numa produção transmidiática. Atualmente, muitas propostas literárias atrelam a estrutura de contação linear e clássica das histórias em livros a outros espaços, como blogs, fanpages, vídeos etc., que integram-se à narrativa da história central.

O que sugerimos a você, cursista, é a elaboração, junto de seus(suas) alunos(as), de uma estrutura para a história criada por eles(as), construindo, para os personagens principais da história, perfis fakes no Facebook, Instagram ou outra rede social. Podem-se fazer também vídeos no YouTube com aspectos que possam enriquecer a história narrada, seja no formato de clipes de músicas, reportagens ou outras possibilidades de serem montadas em produção audiovisual.

Assim, posteriormente, a história pode ser publicada em forma de um blog, no qual as outras mídias estejam linkadas para compor a narrativa, tornando o processo de vivência da história uma grande narrativa transmídia.

O que você acha dessa sugestão? Muito desafiadora? Não dê limites à sua imaginação, nem à imaginação de seus(suas) alunos(as). 

Bom trabalho! 


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