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Tópico I - Cibercultura

Cibercultura, Aquela que Nasce e se Expande nas Redes Digitais

Para definir cibercultura, é preciso que nos coloquemos de acordo em relação ao que estamos chamando de cultura. No seu sentido mais geral, essa palavra pode ser definida por meio de uma espécie de equação: a cultura só funciona porque inclui processos de comunicação. Estes, por sua vez, só funcionam porque são processos de linguagem. Em suma: não há cultura sem comunicação, assim como não há comunicação sem algum tipo de linguagem, seja esta de que tipo for. Ora, não há nada que possa ser tão povoado de linguagens e provido de tanto acesso à comunicação quanto as redes digitais. Portanto, tudo que se passa nas e através das redes, pela mediação do computador e seus protocolos, é cibercultura.

Importante, aqui, é constatar que o computador é uma máquina com produtos inteligentes. Ele está focado na informação, no conhecimento, de onde advém o enorme potencial que aí se apresenta para os processos de ensino e aprendizagem.

 

EAD: antes e depois da ciberculturaVídeo do Programa Salto para o Futuro, da TV Escola (2011). 

 

Um dos grandes teóricos da cibercultura, Pierre Lévy (1998, p. 12), nos diz que, quando ligado às redes digitais, o computador permite que as pessoas troquem todo tipo de mensagens entre indivíduos ou no interior de grupos, participem de conferências eletrônicas sobre milhares de temas diferentes, tenham acesso às informações públicas contidas nos computadores que participam da rede, disponham da força de cálculo de máquinas situadas a milhares de quilômetros, construam juntos mundos virtuais puramente lúdicos - ou mais sérios -, constituam uns para os outros uma imensa enciclopédia viva, desenvolvam projetos políticos, amizades, cooperações. Isso tudo, sem excluir aqueles que encontram nesse ambiente o lugar propício para propagar o ódio e a enganação.

A natureza dessa cultura é essencialmente heterogênea.

Usuários acessam o sistema de todas as partes do mundo, e, dentro dos limites da compatibilidade linguística, interagem com pessoas de culturas sobre as quais, para muitos, não haverá provavelmente outro meio direto de conhecimento. Por isso mesmo, é também uma cultura descentralizada, baseada em módulos autônomos. Materializa-se em estruturas de informação que veiculam signos imateriais, quer dizer, feitos de luzes e bytes, signos evanescentes, voláteis, mas recuperáveis a qualquer instante.

Vídeo O que é cibercultura? Trecho do debate Educar na Cultura Digital, com André Lemos (2010). 


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