Dispositivos móveis são definidos como quaisquer equipamentos ou periféricos que podem ser transportados com informação que fique acessível em qualquer lugar. Entre eles, os mais recentes ainda são os tablets. Estes são aparelhos íntimos e inseparáveis de seus usuários. Eles são leves, mas potentes, sensíveis ao toque e altamente multimídia, com performances e telas ligeiras mais adequadas à interação, além de navegarem na internet por meio de conexões sem fio (WiFi e 3G). Eles ainda trazem conexão bluetooth para se comunicar com periféricos, como teclados e webcams sem fios.
O que se tem aí é um novo ambiente digital, altamente flexível, com múltiplas camadas, variantes n-dimensionais de leitura e habilidades polivalentes para entrar, alterar, emendar e sair de um texto de modo não linear, saltar para um gráfico, um mapa, uma animação, um vídeo, tudo isso acompanhado de som, enfim, uma atividade que demanda mudanças dramáticas nos hábitos de leitura, compreensão e aprendizagem. Diante disso, urge que, para esses e outros aparelhos com potencialidade similar, sejam produzidos conteúdos sintonizados com o design hipermidiático, nas misturas criativas do verbal, visual e sonoro, que são constitutivas das linguagens do nosso tempo.
Não se trata simplesmente de aderir à euforia da indústria produtiva, mas de avaliar, a partir de fundamentação científica adequada, o potencial interativo transformador dessas novas interfaces sensórias com habilidade hipermídia para sua inserção nos processos de aprendizagem e aquisição de conhecimento. O volume de dados que podem armazenar, sua capacidade conectora e geolocalizadora, sua leveza e portabilidade apresentam todos os atributos que certamente levarão à substituição parcial, mas extremamente significativa, dos materiais didáticos, especialmente em seus níveis fundamentais. Tudo indica que se trata de uma substituição que veio para ficar.
Em suma, nesta era pós-PC, com a aceitação que têm recebido as novas categorias de máquinas inteligentes, cujo potencial revolucionário pode ser medido pela enorme receptividade de que gozam junto aos novos usuários - as crianças e os adolescentes -, devem ser encontradas formas de produção de linguagem que promovam a reconfiguração da aprendizagem. Para isso, exige-se a redefinição cabal, a partir de pressupostos digitais, dos paradigmas herdados da era de Gutenberg.
É preciso partir da premissa de que a produção de conteúdos deve se adaptar ao potencial hipermidiático, interativo e colaborativo das interfaces computacionais. É preciso, enfim, dar boas vindas às mutações que a hipermídia - entendida como novas configurações de hipersintaxes verbais, visuais e sonoras - está trazendo para a linguagem humana e, consequentemente, para os modos como sentimos, agimos, pensamos, conhecemos e aprendemos.
Cursista, chegamos ao final de nosso núcleo. Após as experiências vivenciadas em sala junto de seus(suas) alunos(as), bem como as leituras e reflexões realizadas durante seus estudos com o Núcleo de Linguagens do Nosso Tempo, convidamos você a refletir sobre como você percebe o uso das mídias em sala de aula?
Considerando os diferentes dispositivos móveis presentes em nossas vidas, como os smartphones e tablets, você acredita ser possível inserí-los em sua prática pedagógica no espaço escolar, utilizando suas diferentes linguagens?
Acesse o espaço indicado pelo(a) formador(a) e compartilhe suas reflexões com os(as) seus(suas) colegas cursistas.
Bom trabalho!