Alguns autores ampliam o conceito de meios de comunicação ou mídias, em uma perspectiva mais abrangente. O teórico dos meios de comunicação Marshall McLuhan, canadense, autor do famoso livro Os meios de comunicação como extensões do homem (1964), ligou os meios às transformações antropológicas, perceptivo-simbólicas, introduzidas por cada inovação tecnológica e comunicativa. Para McLuhan, os meios de comunicação moldam a organização social porque são estruturadores das relações espaço-temporais às quais o pensamento e a sensibilidade do ser humano se conformam.
Ficou famosa a metáfora criada por McLuhan da aldeia global em que o planeta estava se convertendo em função do meio. Sua visão apolítica da comunicação foi muito criticada nos anos 1970, época em que publicou seus livros, mas, recentemente, com o advento das redes de comunicação planetárias, o caráter antecipador de suas ideias tem sido reconhecido.
McLuhan inspirou toda uma geração de teóricos da mídia, principalmente de origem canadense, que tomaram para si a ambiciosa tarefa de construir uma história da civilização de uma perspectiva midiática. A maioria das pesquisas em mídia tende a focalizar apenas uma dimensão do ambiente midiático, a saber, o conteúdo das mensagens e suas implicações, tais como a maneira das pessoas reagirem às mídias, a influência dos fatores econômicos, políticos e institucionais naquilo que é transmitido pelas mídias; se as mensagens midiáticas refletem ou não as variadas dimensões da realidade; como audiências diversas interpretam de modo distinto o mesmo conteúdo, e assim por diante.
A geração inspirada por McLuhan, entretanto, por considerar que as tecnologias midiáticas não são simples canais para transmitir informação, mas conformadoras de novos ambientes sociais nelas mesmas, tem estado mais interessada em questões como: quais os traços que caracterizam cada mídia e como esses traços tornam cada tecnologia física, psicológica e socialmente diferente de qualquer outra? Como o advento de uma nova mídia, em uma matriz existente de mídias, pode alterar as interações sociais, a educação e a estrutura social em geral? Nessa medida, esses teóricos acabaram por convergir na concepção de três estágios civilizatórios básicos, produzidos pela interação entre tecnologias e cultura: as sociedades orais, as modernas sociedades da escrita e a cultura eletrônica global.
Desde o advento das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, teve início um novo estágio civilizatório, que tem no computador, uma máquina que é sobretudo inteligente, a personagem principal do incessante diálogo e múltiplas interações com o ser humano.
