Para começarmos a entender o que é metamídia, vale lembrar uma terminologia presente na linguística, a de metalinguagem. Esta se refere à linguagem que fala da própria linguagem. Assim, em uma aula de língua portuguesa, quando o professor tenta passar para os alunos o funcionamento das regras gramaticais da língua, esse professor está professando uma metalinguagem.
Podemos usar essa explicação do termo metalinguagem como um trampolim para entender o termo metamídia, pois é justamente a função de uma metamídia, a mídia de todas as mídias, que o computador vem desempenhando cada vez mais. O computador simula todas as outras mídias e suas linguagens. E o que ele simula não são as aparências superficiais das diferentes mídias, mas sim as técnicas usadas para a produção de suas linguagens e todos os seus métodos de visualização e interação.
Com isso, o computador se transformou em um laboratório experimental no qual diferentes mídias podem se encontrar e suas técnicas e linguagens podem se combinar na geração de novas espécies de linguagens. Quando uma mídia é simulada no computador, propriedades e métodos de trabalho lhe são adicionados até o ponto de transformar a identidade dessa mídia. Isso acontece porque, em um ambiente computacional compartilhado, os programas (softwares), uma vez liberados, começam a interagir, produzir mutações e gerar híbridos.
Origina-se daí uma nova linguagem que está hoje presente em todas as formas breves de imagens em movimento: publicidade e gráfica televisivas, vídeos musicais, animações curtas, vinhetas de televisão, títulos de filmes, páginas da Web. Isso define um novo campo de produção das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação: a gráfica animada, que combina as linguagens do design, tipografia, animação 3D ou não, pintura, cinematografia, linguagens que encontram seu clímax de interatividade nos games.
