Até este momento do Curso, já aconteceram muitas descobertas e aprendizagens, e um momento importante desse processo deve ter sido a composição do retrato da sua escola, o qual deve ter mostrado como a escola se organizou para integrar as tecnologias em suas práticas pedagógicas, os desafios já superados e aqueles que ainda não foram. Deve também ter ajudado muito na ampliação dos repertórios de todos nós.
Mas por que estamos aqui a falar dos nossos repertórios pessoais e da importância de reconhecê-los e ampliá-los? Porque é com base neles que conseguimos projetar e planejar novas possibilidades.
Um elemento importante que nós, professores, precisamos considerar na ampliação dos nossos repertórios pessoais, assim que pensamos em projetar o uso pedagógico das TDIC, incluindo interações em rede, é o que Carvalho, Nevado e Menezes (2005) chamam de arquiteturas pedagógicas. Esse conceito envolve uma noção diferenciada de ensino e aprendizagem que extrapola as paredes da sala de aula e se apropria de maneira produtiva e eficaz das mais variadas formas de comunicação (em especial, das TDIC). Trata-se de um conceito que potencializa e amplia os espaços de interação. O que isso quer dizer? Se antes tínhamos um espaço de troca que se restringia à sala de aula, agora temos a sala de aula como um vetor de interação com o mundo.
Ficou interessado em saber mais sobre arquiteturas pedagógicas? Sugerimos, então, a leitura do texto Arquiteturas Pedagógicas para EAD: Concepções e Suporte Telemático, que selecionamos para você. Recomendamos, caso opte pela leitura, que tenha uma atenção especial para perceber e analisar como as diferentes categorias de arquiteturas, apresentadas na seção 4 do texto, podem contribuir para a construção de planejamentos de aprendizagem em rede que instiguem, promovam e suportem a curiosidade dos nossos alunos.
Ao falar em repertórios, estamos aqui nos referindo a todo o conhecimento que possuímos a respeito de um determinado tema ou assunto, o que, no nosso caso, quer dizer tudo que já sabemos sobre a integração das TDIC na educação. Isso inclui desde os ambientes ou ferramentas tecnológicos sobre os quais já ouvimos falar e dos quais temos uma vaga ideia de para que servem até aqueles que usamos muito frequentemente, bem como outros tipos de usos possíveis além daqueles que já fazemos etc.
Além disso, compreende o conhecimento de experiências práticas de uso pedagógico das TDIC, tanto daquelas das quais ouvimos falar ou lemos a respeito quanto daquelas que já vivenciamos. Podemos também inserir nessa lista aqueles conceitos e ideias mais gerais sobre as TDIC e seu papel na aprendizagem e na sociedade com os quais já tivemos contato. Ao falar em repertório, estamos também querendo conotar algo similar a uma relação de itens/tópicos que podemos enumerar, relacionar, descrever, classificar; ou seja, aquilo que conseguimos lembrar ou recordar, enfim, que reconhecemos de forma mais ou menos sistemática naquilo que já sabemos.
