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Tópico III – O Olhar dos(as) Alunos(as) para seu próprio Cotidiano

O Foco é do Espectador

 

Na tentativa de ler uma imagem, devemos saber que estamos buscando referenciais em um foco estabelecido pelo(a) espectador(a) de um espaço, ou seja, um foco do(a) fotógrafo(a), do(a) desenhista(a), do(a) cinegrafista, do(a) grafiteiro(a). Esses recortes de espaços e paisagens feitos pelos mais diversos reprodutores de imagens são focos perceptivos, possuem algum ideal, pois, ao se escolher um foco, outros são excluídos.

Na análise, é necessário pensar além e aquém da imagem, e ainda no que não estamos contemplando visualmente. Esse reconhecimento de alguns limites extremos do processo de produção de imagens exige treinamento, pois ainda não os reconhecemos com tanta facilidade. Não é por acaso que as grandes indústrias de marketing investem cada vez mais na propaganda visual.

 

Segundo Gilles Deleuze, “Não somente a imagem é inseparável de um antes e de um depois que lhe são próprios, que não se confundem com as imagens precedentes e subseqüentes, mas, por outro lado, ela própria cai num passado e num futuro, dos quais o presente não é mais que um limite extremo, nunca dado” (DELEUZE, 2007, p. 52).

 

A análise de uma imagem não é e não será feita por uma metodologia fixa, exata ou cartesiana, sendo necessário um processo de estudo em devir, dinâmico e maleável aos nossos objetivos. Por outro lado, termos algumas direções nesse processo pode ser um grande subsídio para futuras experiências com diferentes métodos de análise de imagem. 

Ao falar sobre diferentes métodos de análise de imagem, Martine Joly afirma que “A observação do uso da mensagem visual analisada, assim como seu papel sócio-cultural, pode mostrar-se muito preciosa a esse respeito” (JOLY, 1996, p. 59).

 

 

Para fazermos uma análise, podemos dizer que necessitamos de alguns esforços e um pouco de imaginação, pois para compreender melhor o que a mensagem visual nos apresenta concretamente, necessitamos nos esforçar para imaginar quais outros sentidos poderíamos interpretar.

As possibilidades de interpretações pessoais são muitas e variadas. Esses esforços podem nos fornecer outras visões, outras formas de ler, outras abordagens de categorias de análise muito relevantes aos estudos geográficos.


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