Apresentamos agora uma proposta de ensino, mediado pelas TDIC, dos conceitos relacionados à evolução dos modelos atômicos. Sabe-se que os conhecimentos sobre a estrutura molecular ensinados no Ensino Médio têm como base a teoria molecular de Rutherford-Bohr. Tal concepção atômica se utiliza do modelo representado por meio dos níveis de energia de distribuição dos elétrons, pois, para o entendimento de muitos dos conceitos e propriedades sobre ligações químicas, esse modelo é suficiente para explicar os fenômenos macro e microscópicos das substâncias, moléculas e reações químicas.
Possivelmente, esse seja um dos motivos pelos quais a maioria dos atuais autores de livros didáticos não utiliza o modelo quântico ou não dá-lhe ênfase. Outra possibilidade é a dificuldade de se representar tal modelo. Seja por um ou outro motivo, o fato é que esse conhecimento é deixado para ser abordado apenas no ensino superior e, consequentemente, muitos dos(as) estudantes que não fazem a opção por cursos de Química ou Física ficam sem ter acesso a esse conhecimento.
O que podemos fazer para que nossos(as) estudantes tenham acesso a esse conhecimento considerado tão importante para a compreensão da matéria e dos avanços científicos e tecnológicos que circundam o nosso cotidiano? Uma das alternativas é a utilização de simuladores.
Os simuladores são objetos digitais de aprendizagem que podem ser utilizados para desenvolver conceitos de modelagem atômica. Um exemplo é o simulador Monte um Átomo, que oferece a possibilidade de se trabalhar a montagem de átomos juntando prótons e nêutrons no núcleo e distribuindo elétrons na eletrosfera (níveis de energia pelo modelo de Rutherfod-Bohr). Esse simulador, inclusive, apresenta a possibilidade de representar como seria uma nuvem eletrônica pertencente ao modelo quântico.
Pode-se também trabalhar no Monte um Átomo com o conceito de íons, à medida que se acrescentam ou se retiram elétrons do átomo neutro. Sugerimos que você faça uma exploração do simulador para verificar todas as possibilidades que ele oferece aos processos de ensino-aprendizagem sobre modelo atômico.
Imagem do simulador para montagem de átomos do PhET-Colorado
Após a utilização do simulador e a revisão dos modelos atômicos, assim como dos conceitos de símbolos químicos, número atômico, número de massa, massa atômica, íons etc., você pode questionar seus e suas estudantes sobre como foram organizados os elementos químicos ao longo dos anos. Há um vídeo muito interessante, descontraído e bem produzido que pode ser utilizado como motivador para se trabalhar com a história da evolução da tabela periódica. Ele foi produzido pela PUC-Rio para a série "Tudo se Transforma". Você poderá assistir a esse vídeo com seus alunos diretamente no computador ou baixá-lo, como já orientamos anteriormente.
Após assistir ao vídeo, sugerimos que você organize um debate com os(as) estudantes sobre quais fatos foram mais significantes para a evolução da tabela periódica. Comente com eles e elas sobre as evoluções tecnológicas que permitiram a descoberta de novos elementos.
Na sequência, solicite que a turma faça uma busca na internet utilizando o Google para encontrar tabelas periódicas interativas, a partir das quais deverá ser produzido um breve relato constando o que foi encontrado e quais tabelas podem ser consideradas mais relevantes.
Na página Ptable, há uma interessante tabela periódica que apresenta uma série de dados e características dos elementos químicos atuais. Mostra também vídeos sobre eles e links para imagens. Suas funcionalidades são apresentadas por seu autor, Michel Daya. A página inicialmente está em inglês, o que pode permitir que alunos e alunas utilizem os conhecimentos que têm dessa língua. Você pode utilizar, ainda, o próprio tradutor de página do Google, na parte superior da tela, e ler em língua portuguesa com certa confiança.
Como sugestão de aproveitamento desse recurso, indicamos a possibilidade de realizar um trabalho com os(as) estudantes, distribuindo alguns elementos químicos para cada um(a) e solicitando que verifiquem qual a abundância do elemento no corpo humano. Na sequência das atividades sobre tabela periódica, proponha para suas turmas a vivência de jogos interativos, com o objetivo de verificarem e consolidarem os conhecimentos adquiridos.
Esses jogos estão em português europeu e apresentam um tutorial para ser explorado. Você poderá, ainda, realizar a produção de mapas conceituais ao longo do processo para avaliar como seus alunos constroem os conceitos químicos.
Espera-se que, por meio desses exemplos, fique clara a importância do uso das TDIC em atividades com conceitos e fenômenos químicos, assim como as formas em que elas podem contribuir nos processos de aprendizagem.
O que muitas vezes é abstrato e de difícil entendimento por parte dos(as) estudantes torna-se mais acessível com os objetos digitais de aprendizagem e suas representações, tornando o trabalho mais efetivo para a construção dos conceitos.
Os estímulos audiovisuais e as interações com os objetos são um meio efetivo para que o(a) estudante se interesse e aprenda, com maior significação, os conceitos das ciências. Além dessas sugestões, você poderá estabelecer seus próprios planejamentos utilizando as TDIC. Suas atividades e aulas ficarão atualizadas e repletas de novidades tecnológicas, ao agrado de seus alunos e suas alunas. No Portal do Professor do MEC, há várias outras sugestões de atividades já elaboradas e socializadas por colegas docentes de todo o Brasil.
