Ir para página anterior Ir para próxima página

Ícone
Tópico III - Corpo, Saúde e Estética

Padrões Corporais, Violência Física e Simbólica

 

Cursista, é fundamental percebermos que, uma vez que a mídia apresenta um padrão de corpo hegemônico e que isso influencia a vida cotidiana dos(as) jovens no âmbito da vida escolar, os corpos tidos como “diferentes” tornam-se alvo da crítica social. Sofrem constantes constrangimentos e preconceitos, sobretudo, na sua relação com as práticas corporais. Ou seja, as limitações físicas para as práticas corporais, constantemente presenciadas durante as aulas de Educação Física, além, é claro, dos “corpos fora de forma”, acabam por fomentar, na escola, uma forma de bullying que tende a interferir negativamente para o aprendizado e as vivências das pessoas.

 

O fenômeno do bullying, que só recentemente passou a ser enfrentado, retrata um cenário no qual ocorre uma interdição do corpo mediada por signos culturais que pautam o desrespeito à diferença. O bullying abrange todas as manifestações de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, sendo caracterizado por uma maneira insistente e perturbadora de ação. Essas ações ocorrem de forma velada sem motivação aparente, sendo adotada por um(a) ou mais estudantes contra outro(as), dentro de uma relação desigual de poder (seja ele físico, econômico ou social) (MATOS; ZOBOLI; MEZZAROBA, 2012).

Outro elemento fundamental em que precisamos pensar quando nos referimos a processos de exclusão física ou simbólica é a própria relação que o espaço escolar estabelece com os(as) alunas com deficiência, por exemplo. Você já observou como essas pessoas estão recorrentemente excluídas das diferentes práticas corporais existentes no ambiente escolar? Como a disciplina de Educação Física vem trabalhando com essas necessidades na escola? De que modo as TDIC podem nos ajudar a melhor atender a essas necessidades?

 

 

Diante dessas questões, é importante assumirmos a urgência de intervenções pedagógicas que buscam a superação das diferentes hierarquias e, em consequência, a superação das diferentes violências exercidas sobre esses corpos não padronizados e não normatizados. Essas reflexões servem para estudantes com deficiência, mas também, para transgêneros, transexuais, os(as) muito magros(as) ou os(as) obesos(as); ou seja, para todas aquelas pessoas que fogem das padronizações a que se submete nosso olhar sobre o corpo atualmente.

Pensar sobre esses processos de exclusão não é um trabalho simples, para o qual elaboramos diferentes receitas e propomos soluções. No entanto, sabemos que refletir sobre eles é tarefa que cabe também ao professor e à professora de Educação Física, principalmente por ocuparmos um papel privilegiado nas discussões sobre o corpo. Nesse sentido, iniciarmos problematizações sobre essas normatividades e como elas aparecem nos discursos hegemônicos e nas nossas práticas escolares é dar um primeiro passo na resolução desses problemas. E é, também, um desafio reflexivo que lançamos aqui.

 

Sugestão de Atividade 3.4: Refletindo sobre o Bullying

Cursista, esse tipo de violência manifesta-se, sutilmente, sob a forma de brincadeiras destrutivas, apelidos, trotes, gozações, isolamentos e agressões físicas. Compreender esse fenômeno atrelado à vida escolar dos(as) jovens e a sua visão de seus corpos é de grande importância para que possamos realizar debates e esclarecimentos acerca do assunto, enfrentando tal problema em nossas aulas e na cultura escolar como um todo. Você já percebeu se isso ocorre em sua escola e/ou nas suas aulas? Como você se posiciona frente ao problema? Você se lembra de algum caso específico que tenha vivido ou que tenha chegado ao seu conhecimento?

Pensando nisso, convidamos você a discutir essas experiências com os(as) demais colegas de curso e a pensar, também, como as TDIC poderiam colaborar na transformação dessa realidade. O formato dessa conversa será indicado pelo(a) professor(a) formador(a). 

Boa conversa!


Ir para página anterior Ir para próxima página