Finalmente, cumpre lembrar que, no âmbito das culturas juvenis, os(as) jovens também expressam as suas identidades por meio de símbolos presentes em seus corpos: roupas, cabelos, acessórios, tatuagens, brincos, piercings etc.
Tal identificação possibilita, no cotidiano escolar, percebermos a criação de grupos ou “tribos” que revelam e compartilham seus gostos e preferências no seu modo de vestir-se, de falar, de comunicar-se, de comportar-se, enfim, de viver e de fazer representar a sua juventude (COSTA, 2006). Precisamos ter claro que o corpo é uma construção histórica e, portanto, revelador de formas culturais de ser e existir em diferentes contextos sociais.
Certamente, o que a sociedade contemporânea concebe como padrão de beleza corporal é muito distinto do padrão estético do início do século XX, do período Renascentista, da Idade Média, da Idade Clássica e assim por diante. Essa é uma dinâmica cultural em permanente movimento e, assim sendo, é permeada por aspectos inerentes às diferentes culturas de diferentes povos. Exemplo disso são as diferenças percebidas no modo como o corpo é vivido e exposto em alguns locais da África, do Oriente Médio, em tribos indígenas, no interior marcadamente rural, nas grandes cidades etc.
Desencadear as discussões sobre a constituição do corpo enquanto categoria social e cultural é uma tarefa de suma importância para o(a) professor(a) de Educação Física no processo de esclarecimento dos(as) jovens acerca do papel da Indústria Cultural e das dinâmicas do mercado capitalista na imposição de um determinado padrão de corpo. Nesse discurso hegemônico, o corpo é atrelado a uma falsa e limitada concepção de saúde, obscurecida pelos interesses estéticos, que acaba resultando em uma série de problemas na vida cotidiana de nossos(as) jovens.