Esperamos que a reflexão aqui provocada tenha lhes permitido reorientar seus olhares para os(as) adolescentes e jovens, principalmente no que concerne às condições objetivas em que suas identidades estão sendo pressionadas a se reconstituir num mundo que em grande parte lhes é hostil e de cuja construção pouco participaram. Que esses novos olhares venham sem preconceitos e sejam compreensivos, que tragam objetividade e amor sem complacências e que facilitem o reconhecimento dos modos de expressão de crianças e jovens, de suas preferências estéticas e artísticas, de suas novas formas de sociabilidade e, a partir disso, de sua inclusão nas práticas na escola.
"[...] A instituição escolar e seus professores podem abrir campos ao entendimento adotando a investigação e a escuta como ferramentas para a compreensão das identidades e comportamentos de seus jovens alunos e de suas jovens alunas que são simultaneamente criadores e criaturas da diversidade das culturas dos grupos juvenis presentes na sociedade urbana. [...] Estar atento e disponível para reconhecer que as culturas juvenis não se encontram subordinadas às relações de dominação ou resistência impostas pelas culturas das gerações mais velhas pode auxiliar a construção de projetos pedagógicos e processos culturais que aproximem professores e alunos. Através da elaboração de linguagens em comum, a escola pode recuperar seu prestígio entre os jovens, bem como o prazer deles estarem em um lugar que podem chamar de seu na medida em que são reconhecidos como sujeitos produtores de cultura.” (MARTINS; CARRANO, 2011. p. 54).