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Tópico IV – Integração das TDIC nas Escolas: O que Professores(as) e Alunos(as) Precisam Saber?

Saberes Necessários a Crianças e Jovens

 

Para tratar deste tema, convidamos você para assistir ao vídeo que gravamos com o Professor Fernando Antônio Albuquerque Costa, que é português e trabalha na Universidade de Lisboa. Na entrevista, concedida especialmente para integrar este material, ele fala-nos sobre sua experiência com a formação de professores(as) para a integração das TDIC em Portugal e sobre as ideias centrais de seu recente livro Repensar as TIC na Educação – o professor como agente transformador (2012). Ao assistir a entrevista, relacione-a com o que estudamos até agora, assim você faz uma síntese do que estamos aprendendo e experimentando neste curso.

Muitos dos aspectos trazidos pelo professor Fernando já foram estudados por aqui, mas há um em especial que ainda não estudamos e que é importante: o papel que atribuímos às TDIC no currículo escolar. Já há consenso que as TDIC não devem assumir o status de uma disciplina isolada, com programa específico. No entanto, o professor Albuquerque destaca que, apesar disso, precisamos estabelecer com clareza quais conhecimentos, competências e habilidades são importantes para a formação dos(as) jovens, e isso deve ser entendido como direitos de aprendizagem desses jovens.

 

Mesmo que entendamos as TDIC como “[...] um conjunto de conhecimentos e competências reconhecidamente importantes para a formação dos jovens, [...] estamos em crer que se trata de área que só terá a perder se remetida ao contexto fechado de uma disciplina e funcionando numa lógica disciplinar.” (COSTA, 2012, p. 18).

Concordamos com o Prof. Costa, estamos bastante convictos de que o trabalho com foco apenas na tecnologia não dá conta da complexidade das relações entre tecnologia, cultura e escola.

Nosso entendimento confere às TDIC um caráter estruturante das ações pedagógicas em todas as disciplinas, mantendo com todas elas fronteiras complexas e ricas que ultrapassam a dimensão comunicativa, avançando sobre os próprios conteúdos disciplinares, uma vez que seus métodos e processos são por elas modificados.

Esse novo entendimento traz a necessidade de orientações curriculares mais precisas que deem conta de explicitar as mudanças e as ênfases necessárias a cada campo disciplinar na sua intersecção com as TDIC. Muitos países já produziram padrões e diretrizes curriculares para as TDIC porque as percebem como um campo de conhecimento importante e que precisa ser sistematizado. No Brasil, os documentos oficiais são pouco orientadores, suas menções às TDIC ainda são muito genéricas.

Trazemos aqui uma proposta de organização para a área das TDIC que foi construída por pesquisadores de Portugal, sob a coordenação do Prof. Fernando. A proposta constitui-se do documento chamado Metas de Aprendizagem na área das TIC. Nesse documento, as metas encontram-se organizadas em quatro áreas: Informação, Comunicação, Produção e Segurança.

Esse documento foi construído com a premissa de que “mais do que um currículo autônomo, "[...] estas metas constituam o referencial a considerar por cada professor na sua área específica, numa óptica de desenvolvimento global do aluno, permitindo-lhe compreender em que matérias, para que fins e como será adequado e pertinente mobilizar as TIC.” (COSTA et al, 2010).


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