No início deste tópico, dissemos que “a escola não faz sentido fora de projetos sociais” (BARROSO, 2008, p. 52). Com isso, queremos dizer que a ação docente precisa ser presente na vida dos(as) estudantes e da comunidade. Assim, os temas trazidos visaram iniciar o processo de desvelamento da realidade e das possibilidades concretas de ação no contexto de cada comunidade escolar.
Para isso, trouxemos sínteses de ideias centrais de alguns(mas) autores(as), que provavelmente já fazem parte de seu cotidiano profissional, com o objetivo de recriar e atualizar nossa análise da cultura digital e dos desafios que a contemporaneidade trouxe para as escolas.
Com Castells e Boff, estudamos que a cultura digital fornece-nos instrumentos para a construção de uma sociedade mais democrática. Jenkins alerta-nos que a escola é muito importante para o alcance desse ideal, pois cabe-lhe ajudar crianças e jovens a construir uma cultura digital mais participativa e ética a partir das narrativas possibilitadas pelas TDIC. Milton Santos, por sua vez, enfatiza a urgência de assumirmos o papel de agentes na elaboração permanente do projeto da sociedade que queremos e, para tal, aproveitarmos as potencialidades que a cultura digital oferece-nos para termos mais voz e poder na sociedade, na política e na economia.
É nosso desejo que os temas estudados neste primeiro tópico provoquem perguntas e olhares que tragam novos entendimentos. A partir deles, convidamos você para produzir um ensaio sobre algum aspecto de sua realidade profissional em interlocução com os(as) autores(as) estudados(as) e/ou com outros(as). Assim, você pode expressar e materializar o conceito de admiração de Paulo Freire.
Um ensaio costuma ser um texto curto (entre duas e quatro páginas). Nele, gostaríamos que você usasse uma linguagem didática, simples e direta, buscando objetividade e coerência, sem a pretensão de atingir elevados graus de certeza. Após concluí-lo você, além de enviar para seu(sua) professor(a) formador(a), poderá compartilhá-lo com seus(suas) colegas de turma e com quem mais você desejar usando uma mídia social (o grupo deve chegar a um acordo sobre qual mídia usar). O compartilhamento nos dá a oportunidade real de sermos autores(as).
O sentido que Paulo Freire confere ao ato de admirar é o mesmo da filosofia. É o assombro que sentimos ao perceber algo extraordinário ou inusitado. É quando nos maravilhamos com algo, ou quando nosso olhar se torna contemplação. É aquele estado de arrebatamento que faz nascer a necessidade de compreender e desvelar a realidade. É o espanto genuíno que nos move na busca por conhecer a realidade. Busca na qual cabem a dúvida, a crítica, a contradição – e da qual nasce o diálogo.
