A gestão escolar implica a presença de um ou mais interlocutores, com os quais se dialoga pela arte de interrogar e pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no governo da educação, segundo a justiça. Nessa perspectiva, a gestão requer o diálogo como forma superior de encontro das pessoas e solução dos conflitos. O gestor com liderança e que sabe delegar pode ser comparado com um maestro de uma orquestra representada pela escola.
Nesse sentido, “[...] quando buscamos construir na escola um processo de participação baseado em relações de cooperação, no trabalho coletivo e no partilhamento do poder, precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do respeito às diferenças, garantindo liberdade de expressão, a vivência de processos de convivências democráticas, a serem efetivados no cotidiano, em busca de projetos coletivos” (BRASIL, 2004, p. 26).
Porém sabemos que conflitos fazem parte de qualquer processo participativo e é importante lidar com eles de forma construtiva. Como vimos anteriormente, se pensarmos nas diferentes gerações que convivem hoje na escola, podemos imaginar que visões de mundo e valores tão diversos podem acarretar em divergências e na emergência de conflitos. Mas como podemos lidar com esses conflitos entre as gerações? Villela da Matta (2013) nos dá algumas orientações interessantes:
Os autores Celso Luiz Aparecido Conti e Edinéia Virgínia Pinheiro abordam a questão dos conflitos emergentes nas escolas do ponto de vista da gestão escolar e apontam direções para tratar da mediação.
A mediação contribui para uma nova ordem social pelo fato de induzir atitudes de tolerância, responsabilidade e iniciativa individual. À medida que a gestão enfrenta e apresenta uma visão positiva, uma oportunidade de aprendizado com o conflito, rompe com a imagem histórica de que o conflito é sempre negativo e, por isso, deve ser escondido ou abandonado. Num espaço em que o diálogo é constante, em que se permite o surgimento do exercício de tolerância, e no qual convive uma diversidade por conta das diferentes gerações, o grupo consegue construir um sentimento forte de fraternidade, amizade e cooperação, consolidando a boa convivência entre os diferentes e divergentes.
Assim, quando nos deparamos com opiniões e maneiras diferentes de ver ou interpretar algum acontecimento, temos um conflito. Dessa forma a comunidade escolar, que interage no seu cotidiano com diferentes atores do sistema educacional, também vivencia situações de conflitos, e uma das causas desses conflitos pode ser atribuída à dificuldade de comunicação, de expressar suas opiniões, de justificar seus argumentos para o estabelecimento de um diálogo.
Agora, vamos nos remeter ao nosso contexto e fazer um exercício de reflexão?