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Fase 1 - O Mundo dos Jogos Digitais Chega à Escola

Refletindo sobre as Possibilidades de Articulação dos Jogos Digitais ao Ensino


Cursista, agora que você finalizou a primeira etapa do desafio desta fase, conhecendo um pouco mais dos casual games, podemos continuar esta rica caminhada. Propomos a você pensar nas possibilidades de inserção dos jogos digitais em sua sala de aula. Como você imagina que seria uma prática que articulasse jogos digitais e conhecimentos da sua área de atuação?

 

 

Para que possamos considerar trazer para nosso dia a dia o uso dos games na sala de aula, precisamos nos sentir seguros e instigados a repensar nossa prática. Assim, trazemos para você, cursista, alguns relatos de professores e pesquisadores que defendem essa prática e apontam meios para a sua efetivação. Vejamos o relato da experiência com jogos digitais do professor Andersen Caribé, um dos autores deste Núcleo:

 

“Recentemente, estava chegando à minha sala para iniciar os trabalhos, organizando os alunos, ajeitando as classes, quando percebi um grupo de alunos ao redor de um colega que estava sentado. A cada momento, uma vibração intensa, uma enxurrada de opiniões, e às vezes era dito um ‘maldito’, que era escutado por mim e pelos demais colegas da sala.

Resolvi ver o que estava acontecendo e, ao me aproximar, observei que o menino sentado estava interagindo com um Ipad e que o objeto de inúmeras opiniões por parte do grupo era o jogo Injustice: Gods Among Us.

Ao contrário do que costumamos fazer - dispersá-los para dar continuidade ao nosso trabalho -, parei um pouco para observar essa cena, que é cada vez mais comum, não somente comigo, mas com tantos outros professores, na maioria das escolas brasileiras.

Percebi que o diálogo travado entre eles não era tão simples assim: em questão estava que personagem utilizar numa determinada fase do jogo, que atributos ele tinha que ter e até mesmo porque utilizar um personagem X ou Y para determinado momento.”

 

Esse relato poderia ser seu, cursista. Ou mesmo, neste momento, você pode estar relembrando alguma cena, parecida com essa, que tenha presenciado em sua sala de aula. É certo que vivemos um momento de constante transformação, no qual um dos aspectos centrais são as tecnologias digitais. Pensar a inserção dos jogos digitais no espaço escolar parece ser um caminho muito importante para nós, professores(as), e nossos(as) alunos(as). Não podemos mais desconsiderar o mundo virtual e tudo o que podemos aprender com ele. É fundamental refletirmos sobre qual é o nosso papel nessa mudança. Como podemos articular os jogos digitais a nossa prática pedagógica?

Essas dúvidas não serão respondidas por nós durante este curso, pois a articulação da prática com o conhecimento teórico é algo complexo e varia de acordo com a turma em que se desenvolve a atividade e a postura do professor diante dessa prática. 

O principal papel do(a) educador(a) em sala de aula é mediar a aquisição dos conhecimentos, de modo a possibilitar que os indivíduos construam seu conhecimento de forma crítica e articulada com sua realidade social e cultural. Assim, também é papel do(a) educador(a) mediar a interação entre os jogos digitais e seus(as) alunos(as), de modo a garantir que a proposta seja efetivamente vivida e proporcione aprendizagem. Por meio de nossa mediação, questionando as mensagens presentes nos jogos, estaremos contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes.

Trazemos o relato da prática do prof. Rodrigo Ayres de Araújo sobre o uso dos games em sala de aula. Assista ao vídeo para conhecer mais sobre sua experiência. É importante ter atenção ao caminho trilhado pelo professor para conseguir realizar sua prática e considerar ter tido êxito nessa empreitada. Pois, além de todos os aspectos pedagógicos e educativos que devem ser considerados, é fundamental ter domínio da parte técnica de computadores, acesso a rede de internet e funcionamento pleno do equipamento.

Como coloca o prof. Rodrigo Ayres, muitos foram os desafios de trazer para suas aulas os jogos digitais. Tal processo começou a partir de uma iniciativa particular de Rodrigo, de desenvolver animações a partir de suas histórias em quadrinhos. Para esse professor da rede pública estadual de São Paulo, a falta de recursos foi o maior desafio, mas o desejo de buscar novas formas interessantes e inovadoras de estimular seus alunos na aprendizagem foram os principais motivadores dessa caminhada. Assim surgiu a ideia de utilizar os jogos digitais como possibilidade para a aprendizagem no ensino de história.

 

Cursista, sentiu-se instigado a utilizar os jogos digitais em sala? Propomos a você refletir sobre o relato do professor Rodrigo Ayres de Araújo e avaliar quais seriam seus empecilhos para colocar os jogos digitais em suas aulas, e quais seriam seus ganhos e vantagens em relação a tal proposta. Tente imaginar como sua(s) turma(s) reagiria(m) a tal possibilidade.  Para ajudar nessa caminhada, apresentaremos alguns aspectos fundamentais a serem considerados por você para desenvolver propostas utilizando os jogos digitais. Vamos refletir sobre a transformação do currículo e sobre como podemos articular nossos interesses de aprendizagem ao uso de jogos digitais. Mas antes de dar um novo passo, mais um desafio deverá ser enfrentado por você para concretizar os objetivos dessa fase.

 


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