Observa-se a mobilidade do currículo com a abertura e ampliação dos espaços e tempos de aprendizagem, que propiciam a autonomia na busca, seleção e articulação de informações obtidas em distintas fontes, o diálogo intercultural, o compartilhamento de experiências, a coautoria na construção de novos conhecimentos em colaboração com pessoas situadas em distintos lugares e a publicação de processos e resultados.
A mobilidade propicia a formação aos professores, alunos e escolas, expandindo a aprendizagem, o ensino e os modos de desenvolver o currículo, sua estrutura e constituição.
A mobilidade do currículo e da aprendizagem não é exclusividade do contexto contemporâneo, pois os livros e cadernos já tinham essa finalidade também. O diferencial é que, se existir uma conexão com a internet, as TMSF favorecem a emissão e recepção instantânea de informação e a comunicação e interação entre pessoas, distantes geográfica e temporalmente, de uma maneira sem precedentes (REINHARD et al., 2007, p. 1).
Isso significa que a aprendizagem é realmente favorecida com essas tecnologias, de tal modo que é recorrente a utilização da expressão m-learning para designar aprendizagem com mobilidade. Quiçá possamos falar também em m-currículo?
Essas características apontam a tendência da convergência de mídias e tecnologias em distintos dispositivos móveis conectados à internet, o que propicia a criação da escola em rede, com professores(as) e alunos(as) de distintas partes do mundo.
Essa escola supera as barreiras territoriais pela interação que se estabelece entre todos que dela participam, dialogam, levantam questões e buscam resolver problemas que afetam a sociedade global e também os contextos específicos. Nesse sentido, compartilham-se experiências com vistas à democratização do conhecimento, à solidariedade e à convivência com a diversidade.
Escola com celular: descreve um projeto desenvolvido para utilização de celulares na pesquisa de questões ambientais.
MVMob – Minha Vida Mobile: projeto que forma professores(as) e alunos(as) para produzirem conteúdos digitais, principalmente com celulares.
Plano Ceibal, Uruguai: política de governo voltada à inclusão social e tecnológica, que entregou computadores portáteis a todos os(as) estudantes, professores(as), diretores (as) e inspetores(as) das escolas públicas de educação primária do país e foi acompanhada de uma mobilização da sociedade por meio de redes de voluntariado para apoio às ações do plano.
Como fica a possibilidade de uso de TMSF na escola? Quais os principais desafios das tecnologias móveis nesse contexto? Não deixe de assistir ao vídeo que registra um debate entre educadores e pesquisadores a respeito desse assunto em evento realizado pelo EducaRede.
Caro(a) cursista, nesta etapa desenvolvemos estudos sobre as questões fundamentais referentes às contribuições das TDIC ao desenvolvimento do currículo, aprofundando as discussões a respeito do currículo como uma prática social, cultural e política que se desenvolve na concretude da sala de aula, da escola e, com as tecnologias digitais, no mundo fora dela. Também exploramos o currículo em rede e as contribuições da mobilidade com o uso das TMSF ao desenvolvimento do currículo.
Na próxima etapa, serão estudadas as questões referentes à integração entre o currículo e as tecnologias, ressaltando não só as possibilidades que surgem, mas também os desafios encontrados por educadores e educandos no contexto escolar para a efetivação desse trabalho integrado.
Continuemos!