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Tópico IV - Narrativas digitais curriculares

As Narrativas

O que você entende por narrativa?

Qual a função da narrativa na cultura digital?

Que lugar as narrativas podem ocupar na educação?

As TDIC tornaram possível, com a utilização de um único instrumento, lidarmos com imagens, textos, sons, filmes etc.

O acesso crescente a essas tecnologias possibilitou a produção de narrativas com diversas linguagens e também maior socialização desses feitos pela internet. Novos tipos de letramento vão surgindo, e as narrativas digitais, no contexto educacional, surgem como possibilidade de expressar como cada um entende determinada realidade ou mesmo como funciona seu processo para aprender.

Essas possibilidades de registro de processos e reflexões podem se configurar como processo e produto do trabalho dos alunos e também na própria formação dos educadores que, juntamente com as práticas instaladas, vão se letrando, aprendendo e se formando para reinventar seu ofício e o próprio conceito de currículo.

Os estudos aqui propostos apostam no potencial do trabalho com as narrativas digitais para a construção do conhecimento, que parte da experiência de quem aprende à medida que este atribui significado e sentido às suas representações sobre o vivido e demonstra, em sua produção, as possibilidades de intervenção por parte daqueles que ensinam. Antes de falar, porém, como essas narrativas importam para os nossos estudos, vamos resgatar-lhes o sentido, como forma de expressão. 

 

 


Nos dois vídeos, há uma linha temporal em um espaço determinado em que o enredo se desenvolve. Há personagens, um foco narrativo e um propósito de expor determinada realidade desde um princípio, o desenvolvimento do enredo e um fechamento.

Na letra e no próprio vídeo de “Eduardo e Mônica”, a narrativa tem âncoras cronológicas, e os fatos se sucedem na forma como supostamente aconteceram. No vídeo que conta a história de “O vestido azul”, as linguagens se modificam, não se tem mais uma letra de música, mas uma história supostamente voltada para o púbico infantil, como guia para a contação de história que aparece gravada também em vídeo. O interessante é que essa contação é acompanhada de materiais de suporte. Você consegue identificá-los?

O fato é que a narrativa aparece como uma forma muito mais interessante de abordar questões que poderiam ser apresentadas de modo referencial, nas duas situações, mas que não teriam o mesmo apelo poético e estético que a narrativa tem.

A força das narrativas vem desde os tempos remotos, em que a comunicação se dava exclusivamente pela oralidade. As narrativas eram a forma pela qual as informações eram propagadas, com mais chances de serem resgatadas posteriormente pela memória, já que não havia o registro escrito para garantir sua permanência (RAMAL, 2000).

Bruner, autor que produziu trabalhos muito importantes para a educação, contemplou a construção de narrativas como a melhor forma de externalizar o conhecimento e concretizar o aprendizado (BRUNER, 2001). Esse autor defende que a narrativa organiza e estrutura a experiência humana:

"Assim, narrativas são uma versão de realidade cuja aceitabilidade é governada apenas por convenção e por 'necessidade narrativa', e não por verificação empírica e precisão lógica, e, ironicamente, nós não temos nenhuma obrigação de chamar as histórias de verdadeiras ou falsas." (BRUNER, 1991, p. 4)


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