Retomar os aspectos da narrativa como metodologia para o trabalho significativo nas relações de ensino e aprendizagem e no desenvolvimento do currículo é um movimento que se acentua nos dias de hoje. Isso porque essa forma de manifestação e registro das experiências andou em segundo plano nos últimos tempos.
Como já estudado no NB1, a sociedade contemporânea é marcada pela rapidez das mudanças e a sensação de tempo e espaço relativos, o que resulta em um processo de comunicação que privilegia as sínteses.
As gerações mais recentes mostram que há uma pressa que não comporta detalhamento dos fatos; entretanto, essa forma de estar no mundo não diz respeito somente aos mais jovens.
Em geral, desenvolvemos um ritmo diferente para o trabalho, uma forma de encarar a convivência em grupo e propiciada pelas redes digitais e os valores voltados para a forma de vida contemporânea.
Se por um lado essa velocidade atende a um anseio das novas gerações, por outro, aniquila a possibilidade da construção de um tempo com experiência, como define Walter Benjamin (1986).
Em tempos contemporâneos, as narrativas que descrevem processos dão lugar às notícias, que se dedicam à síntese dos fatos e que podem ser expressas segundo o viés de quem as produz.
Bauman (2001) e Giddens (1991) são autores que elucidam essas características e explicam o porquê de o homem agir e existir afastando-se das narrativas como forma de expressão e entendimento dos eventos que sustentam a existência em sociedade.
A escola, muitas vezes retira a experiência e as narrativas de seus processos de ensino, colocando as sínteses resultantes da vertente científica de análise dos fenômenos como objeto de conhecimento, o que não favorece ao aluno a atribuição de sentido àquilo que lhe é colocado como importante para aprender.
São comuns, em seu contexto, as ocorrência de práticas pedagógicas que colocam o objeto de conhecimento como algo isolado daquele que aprende?
Assista ao vídeo a seguir para conhecer uma narrativa sobre uma situação escolar verídica em que a ação do professor não favoreceu ao aluno a atribuição do sentido esperado.