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Tópico V - Estágios de apropriação tecnológica e pedagógica

Apropriação das TDIC pela Escola

A escola é um organismo vivo e, assim como as pessoas, tem sua forma e seu ritmo para caminhar rumo à apropriação das tecnologias com vistas ao desenvolvimento do currículo.

Vários são os elementos que podem favorecer esse processo: a vontade individual e de grupo; a gestão, que acolhe, estimula e permite que ocorram mudanças nas rotinas consagradas no contexto escolar; o poder da comunidade para reivindicar que seus filhos tenham acesso às tecnologias; e as políticas públicas, na forma como favorecem ou não a chegada e permanência de projetos e incentivos para que as tecnologias se façam presentes na escola.

O tempo é outro elemento necessário para que haja a apropriação tecnológica e pedagógica pela escola. Situações de aprendizagem e projetos apoiados nas TDIC precisam ocorrer, passar por processos de reflexão e gerar intervenções com intenções claras para serem novamente colocados em prática.

Aqui o conceito de tempo é de processo cronológico desenvolvido – que pode favorecer a apropriação das TDIC – concedido aos educadores para que planejem e executem suas atividades em grupo e em horário comum (FULLAN; HARGREAVES, 2000).

Diversas pesquisas buscam índices para identificar como se dá, no interior da escola, a apropriação das tecnologias. A pesquisa intitulada “Condições Favoráveis para a Apropriação de Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola”, realizada por Kuin (2005) como estudo de caso em uma escola da rede pública de São Paulo, buscou evidenciar quais foram as condições favoráveis para que uma escola de periferia, em comunidade de risco, estivesse obtendo resultados consistentes nessa área.

Um dos índices mais relevantes evidenciados nessa pesquisa diz respeito à importância da ação gestora. O infográfico a seguir sintetiza as ações do gestor em relação à tecnologia, o que resultou positivamente para a apropriação tecnológica pela escola.

 

Essa imagem representa a interligação entre as iniciativas gestoras para apropriação tecnológica na escola, a qual é composta por dimensões pedagógicas e administrativas (KUIN, 2005).

A pesquisa mostrou que, no que diz respeito à apropriação tecnológica pela escola, as dimensões pedagógicas e administrativas da ação gestora estabelecem uma tessitura – representada pelo miolo da imagem – e que cada fio, representado por uma das ações gestoras apontadas nas caixas de texto, foi fundamental para a obtenção dos resultados obtidos pela escola, na época.

 

Esse pano de fundo favorável foi composto por ações práticas como:

  • a garantia de manutenção dos equipamentos;

  • estímulo ao uso e socialização da tecnologia para todos aqueles pertencentes à comunidade escolar;

  • divulgação, dentro e fora da escola, dos resultados obtidos com o trabalho pedagógico e as tecnologias;

  • socialização de informações e ações, para que todos pudessem estar atualizados dia a dia a respeito dos movimentos originados pelos projetos, evitando, assim, estranhamentos na movimentação dos alunos pela escola e a desobediência possível à grade de aulas instituída;

  • formação continuada dos professores, principalmente aquelas feitas dentro da própria escola, a partir da troca de experiências e reflexão sobre os resultados obtidos nas atividades em desenvolvimento. Os processos formativos receberam assessoria externa e, principalmente, dos próprios alunos.

A pesquisa evidenciou a importância dos processos comunicativos entre todos da comunidade escolar, a ação participativa em gestão democrática como elemento que favorece a apropriação das TDIC pelo currículo, apesar da carência de uma política pública consistente em relação à manutenção do parque tecnológico e assertividade no processo de formação dos educadores.

Vale lembrar que os resultados desta pesquisa, como os de qualquer outra, poderiam variar, caso a realidade e a escola fossem outras. O importante é levar em conta os índices que podem ser generalizáveis e contribuir para a análise de outros contextos e reflexões sobre como se situa a sua escola em relação à apropriação das TDIC.

Por fim, convidamos você a ler a matéria “O melhor do computador” e conhecer algumas dicas elaboradas com a intenção de mostrar o que favorece e o que não favorece o trabalho com o computador na escola.


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