O filósofo Álvaro Vieira Pinto (2005) recusa a ideia de que estamos em uma era tecnológica, por entender que essa compreensão se pauta em uma armadilha ideológica das classes dominantes para apresentar sua versão de fim da história. Segundo ele, o benefício das tecnologias para a humanidade encontra-se na ideia de que a verdadeira finalidade do desenvolvimento humano consiste na produção das relações sociais, na construção de formas de convivência.
Nesse sentido, as tecnologias são um bem que pertence à humanidade, assim, os homens não podem ganhar na condição de dádiva aquilo que é constitutivo do seu próprio ser social, não sendo seus produtos bons nem maus em si mesmos, mas são nos processos humanos em que se encontram a sua finalidade.
Almeida (2009) destaca que é oportuno voltar os olhares às TDIC para repensá-las no sentido de sua verdadeira democratização, enquanto um direito humano, assim como é direito saber ler, escrever e contar. Assim, os objetivos das tecnologias digitais devem ser de humanização e libertação, enquanto anúncio da superação de uma construção social produtora de vitimizados.
Conheça as ideias deste autor no livro O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005. v. 1.
Assista ao vídeo Tecnologias e currículo: a serviço de quem? Composto por matérias, entrevistas e depoimentos que abordam, inclusive, questões éticas, esse vídeo trabalha com a concepção de que ter a tecnologia à disposição não garante uma apropriação de forma crítica e traz importantes considerações acerca das questões que envolvem a sua apropriação como um direito humano à mercê das intervenções políticas e educativas.
Caro(a) cursista, avançamos na busca da compreensão sobre o que é currículo na escola e na vida, principalmente no que diz respeito às várias possibilidades de definição e da consequência pedagógica que essa escolha traz para o desenvolvimento da prática educativa no dia a dia do professor.
O currículo pode estimular a construção de fazeres, entendimentos e valores que busquem a mudança, preparando o aluno para questionar e ser autor de suas histórias e transformações, ou favorecer esse educando a aceitar a sociedade sem questioná-la, sendo instrumento de manutenção dos valores existentes.
Na próxima etapa, continuaremos a tratar das questões referentes às contribuições das TDIC ao desenvolvimento do currículo. Dessa forma, a proposta é aprofundar e ampliar as discussões sobre currículo, levando em conta as possibilidades e os desafios da cultura digital e as implicações que isso acarreta para as atividades da escola, no que diz respeito ao trabalho do educador nos processos de ensino e de aprendizagem.
Continuemos!
