No primeiro tópico de estudos do núcleo –Espaço de Aprendizagem: Desafios do Ensino de Ciências –, refletimos sobre o papel da contextualização e problematização no ensino de Ciências. O ensino baseado em casos é um dos caminhos que contemplam esses elementos.
Essa estratégia explora a oferta integrada de diferentes perspectivas e olhares sobre um determinado caso/problema, fazendo com que o(a) aluno(a) construa conhecimento, discutindo possíveis soluções (ESPÍNDOLA et al., 2010). A ideia é oportunizar o direcionamento da aprendizagem a situações complexas, integradas e exploratórias. A estratégia de resolução de problemas faz parte da natureza dos processos de investigação científica, envolvendo o confrontamento e a análise crítica das múltiplas variáveis relacionadas.
Os(as) estudantes são orientados(as) pelo(a) professor(a) a buscar respostas para as questões levantadas nos estudos de caso. Na busca por soluções às problemáticas apresentadas, ocorre um aprofundamento de conteúdos científicos, através de leituras de materiais, da busca de informações complementares, e de debates e discussões em momentos presenciais ou através de ferramentas digitais como fóruns e chats (REIS & LINHARES, 2010).
O ensino baseado em casos é uma interessante estratégia para se abordar temas atrelados a situações do dia a dia, já que o(a) professor(a) pode, por exemplo, apresentar aos(às) seus(suas) alunos(as) um caso cotidiano relacionado a doenças parasitárias e solicitar que eles(as) analisem o contexto da situação, buscando as possíveis causas da contaminação e soluções voltadas para a prevenção da enfermidade.
O(a) professor(a) mediador(a) dessa estratégia pode utilizar ferramentas da internet, como blogs ou ambientes virtuais de aprendizagem, para sistematizar e socializar os casos a serem trabalhados com os(as) estudantes, além de textos, imagens e outros recursos que podem contribuir na resolução da problemática.
É importante ressaltar que a abordagem de ensino baseada em casos não se configura como a única possibilidade a ser adotada no ensino-aprendizagem. Por exemplo, pedir que os alunos e alunas criem uma página em uma rede social para divulgar resultados de suas pesquisas pode ser outra forma de colocar o(a) estudante dentro de uma perspectiva ativa. Além disso, ao trabalhar com fatos cotidianos e na ânsia de fazer com que os(as) alunos(as) sejam despertados para o ato de ensinar e aprender, o professor pode, também, utilizar a estratégia do “aprender explorando”. Nessa estratégia, a intenção é que os(as) alunos(as), de fato, explorem. Para isso, o(a) professor(a) deve criar oportunidades para os(as) estudantes se envolverem de maneira crítica na resolução de determinado caso, articulando e refletindo sobre as diversas variáveis e perspectivas envolvidas. (ESPÍNDOLA et al., 2008).
É importante que, ao longo do seu planejamento de ensino-aprendizagem com TDIC, o(a) professor(a) reflita sobre as tecnologias envolvidas no fazer científico e também sobre as possibilidades de uso de recursos não originalmente voltados para a produção do conhecimento científico, mas que podem estar a seu serviço.