Imagine um(a) estudante em sua própria casa participando de um jogo on-line em que ele(a) deve montar o corpo humano, posicionando os órgãos em seus locais corretos. Ou então, veja um vídeo muito compartilhado nas redes sociais que mostra o comportamento de um guepardo fêmea que, após caçar um macaco, percebe um filhote junto ao corpo da mãe e passa a tratá-lo como se fosse o seu filhote. Ou ainda, pense em alguém que, ao navegar na internet, acaba utilizando o Zygote Body Browser, um site desenvolvido pelo Google, que permite visualizar um modelo anatômico 3D do corpo humano.
Diante das situações apresentadas, reflita sobre a seguinte questão: você acredita que esses sujeitos aprenderam algo sobre os conteúdos tradicionalmente atribuídos à disciplina de Ciências a partir dessas experiências?
Imagem retirada do site Zygote Body Browser.
A aprendizagem não ocorre apenas no ensino formal. Muitas vezes, ela é fruto de situações e vivências cotidianas do(a) aprendente e acontece sem que ele(a) perceba. Essa situação é chamada de Aprendizagem Incidental, ou seja, é um tipo de aprendizagem informal em que o sujeito envolvido não tem consciência do próprio processo de aprendizagem ou, pelo menos, em que a aprendizagem não parece ser o objetivo de determinada ação ou contexto (SCHANK & CLEARY, 2013). Normalmente, ocorre como produto de outra atividade como contatos pessoais, navegação na internet, observação de situações, entre outras.
As TDIC apresentam um grande potencial de possibilitar a aprendizagem incidental de conhecimentos científicos. Como professor(a), você pode explorar a utilização de atividades instigantes e lúdicas que não necessariamente tenham um enfoque educacional explícito, mas que levem à aprendizagem de determinados conceitos (GIANNELLA & STRUCHINER, 2010). Jogos, filmes, revistas, charges, redes sociais e sites que abordam conteúdos da área podem ser grandes aliados de suas aulas de Ciências.